A estátua de São Jorge do Itaquerão, o futuro estádio do Corinthians, passou a ser chamada de “Fiel Cavalheiro”, para não desagradar os torcedores evangélicos.

Mas a estátua continua sendo do santo católico (embora “cassado” pela Igreja), que é o padroeiro do time.

O monumento chegou a ser anunciado por diretores do time como o de São Jorge. Mas, depois, o artista plástico Gilmar Pinna, encarregado pela obra, disse: “Pelo amor de Deus, não tem nada de São Jorge! O nome é Cavaleiro Fiel”.

O monumento que não tem “nada” de São Jorge será composto por um cavalheiro armado com uma lança em luta contra um dragão, cercado por 15 bustos de torcedores que emergem de um espelho d’água.

Pinna disse que convenceu a direção do Corinthians a adotar o novo nome após ter sido alertado pelo seu filho publicitário de que “é complicado mexer com religião”.

A estátua será em aço inoxidável, terá 30 metros de altura e vai pesar 200 toneladas. Ela está orçada em R$ 6 milhões.

O Itaquerão terá de ficar pronto em tempo hábil para que ali se realize a abertura da Copa do Mundo de 2014. Seu custo foi calculado em R$ 820 milhões. O time vai contar com financiamento do Banco do Brasil em convênio com o BNDES (leia-se dinheiro público). A Câmara Municipal de São Paulo liberou o Corinthians de pagar R$ 420 milhões referentes aos impostos do terreno onde está sendo construído o estádio.

Pinna poderá mudar o projeto da escultura, mas pouca coisa. As figuras dos torcedores, por exemplo, poderão ficar de mãos dadas, em vez de estendidas. Admitiu, contudo, que “existe um preconceito contra as mãos dadas”, referindo-se à homofobia.

Por serem contra a idolatria, os evangélicos corintianos não apoiam a estátua de São Jorge, mas torcedores de crenças afrodescendentes com certeza vão gostar porque o santo corresponde ao ogum, um orixá cultuado na umbanda e candomblé. Por isso, há a expectativa de que o monumento possa se tornar local de rezas e oferendas, principalmente quando o time estiver acumulando derrotas.

[b]Fonte: Paulopes[/b]

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