Os corpos de 20 cristãos egípcios decapitados na Líbia pelo Estado Islâmico em 2015 foram levados de volta ao Cairo na segunda-feira, informou a televisão estatal egípcia.
As vítimas estavam entre os muitos egípcios pobres que arriscaram suas vidas para encontrar trabalho no caos ilegal da Líbia após a guerra civil e a queda de Muammar Gaddafi em 2011.
Os cristãos coptas foram decapitados em uma praia da antiga fortaleza líbia do Estado Islâmico de Sirte, usando macacões cor-de-laranja, segundo um vídeo postado pelo Estado Islâmico.
Seus corpos foram recuperados em outubro de 2017 depois que a área onde foram enterrados foi recapturada do grupo militante islâmico. Na época, o Ministério das Relações Exteriores do Egito anunciou que descobriu os restos mortais depois de um exame de DNA.
O Estado Islâmico assumiu o controle de Sirte em 2015 e perdeu a cidade no final do ano passado para as forças locais apoiadas por ataques aéreos dos EUA.
Um total de 21 pessoas foram decapitadas no momento. O corpo de um ganês morto não estava a bordo do avião que trouxe os corpos egípcios de Misrata, no oeste da Líbia, para o Cairo.
O chefe da Igreja copta no Egito, o papa Tawadros II, estava no aeroporto para receber os restos mortais, que foram trazidos em caixões a bordo de um avião de Misrata, de acordo com uma estação de televisão local que transmitia ao vivo do aeroporto.
Os corpos devem ser levados de volta para o enterro na província de Minya, no Egito.
Martírio dos 21 cristãos coptas
Em 15 de fevereiro de 2015, o Estado Islâmico divulgou um vídeo intitulado “Uma mensagem assinada com sangue à nação da cruz”, na qual aparecem os mártires vestidos de laranja, os quais foram sequestrados entre dezembro de 2014 e janeiro de 2015 na Líbia.
Um dos assassinos diz: “Recentemente, viram-nos nas colinas de Sham e na terra de Dabiq, cortando cabeças que carregaram a cruz durante muito tempo, cheios de pesar contra o islã e os muçulmanos. Hoje, estamos ao sul de Roma, na terra do islã, na Líbia, enviando outra mensagem”.
O Bispo copta católico de Guiza, no Egito, Dom Anba Antonios Aziz Mina, afirmou que estas novas vítimas do ISIS morreram como mártires, que “no momento de sua bárbara execução, repetem: ‘Senhor Jesus Cristo’”.
“O nome de Jesus foi a última palavra que saiu dos lábios dos mártires. Assim como na paixão dos primeiros mártires, confiaram-se nas mãos daquele que logo ia recebê-los. E assim celebraram a sua vitória, a vitória que nenhum assassino poderá lhes tirar. Esse nome sussurrado no último momento é como o selo de seu martírio”, expressou o Prelado.
Uma semana depois da morte dos 21 coptas, o Papa copta Tawadros II decidiu inscrevê-los no livro dos mártires da Igreja Copta e estabeleceu que a sua memória seja celebrada em 15 de fevereiro.
Terroristas condenados
Um tribunal do Egito condenou à morte sete pessoas por ligação ao grupo terrorista Estado islâmico no noroeste do Egito e pelo crime horrendo, cometido em fevereiro de 2015, com a decapitação de 21 cristãos egípcios na Líbia.
Os sete terroristas foram acusados de ligação a uma célula do Estado islâmico em Marsa Matruh e de planejarem ataques, depois de terem recebido treinamento militar em campos jihadistas na Líbia e na Síria, segundo à agência AFP citando funcionários judiciais.
Fonte: The Christian Times com informações de Reuters