Crianças chinesas com bíblias infantis (Imagem: American Bible Society)
Crianças chinesas com bíblias infantis (Imagem: American Bible Society)

Pode-se afirmar que crianças enfrentam a pior perseguição na China. As últimas regulamentações proíbem crianças e adolescentes menores de 18 anos de entrarem em prédios de igrejas ou participarem de suas atividades, além de banir acampamentos de verão e inverno.

O motivo fundamental do Partido Comunista está claro – “limpar” a juventude chinesa de sua fé, ou como o governo gosta de chamar, “superstição”.

Essa “limpeza religiosa” deseja eliminar a próxima geração de cristãos e finalmente acabar com o contínuo crescimento da igreja.

Mas, de acordo com o pastor Jacob*, essas restrições aos cristãos chineses não estão destruindo sua fé, mas definitivamente, fazendo-a crescer. Ele é comprometido com o trabalho com crianças, adolescentes e jovens.

Recentemente, Jacob participou de uma semana de treinamento para saber como se preparar e lidar com a perseguição.

Um colaborador de campo da Portas Abertas se encontrou com o pastor para falar sobre a juventude da China, os desafios enfrentados e como o trabalho está se mantendo com a revisão das leis religiosas no país.

“A vida para crianças em casa é difícil. Um dos problemas mais evidentes são os pais ausentes. E ausência não apenas pela obsessão com dinheiro, longas horas de trabalho e viagens de negócios, mas “ausência” em casa também. A cultura tradicional chinesa não recompensa crianças com abraços, palavras de afirmação e tempo juntos. Ao invés disso, a ênfase é no que a criança não conquistou e no que devem aos pais. Elas com frequência procuram os pais e a qualidade do relacionamento depende do nível social e de conquistas acadêmicas. Há exceções, mas na maioria, isso é o normal”, disse Jacob.

“A vida para as crianças na escola também não é fácil. A pressão inicia quando crianças de apenas três ou quatro anos começam a aprender o alfabeto chinês para se preparar para o jardim da infância. Então a competição realmente começa. As crianças precisam se sair bem para entrar em uma boa escola primária. E caso não se sobressaiam na escola primária, não entrarão em um bom ensino médio. O mesmo acontece para entrar em uma boa universidade. São 13 anos de pressão na escola e outros três a cinco anos na universidade. Ao longo disso, as crianças são louvadas ou envergonhadas com base em seu desempenho”, continua Jacob.

“O trabalho com as crianças passou por grandes mudanças recentemente. Elas são atraídas a nós por experimentarem o amor incondicional de Deus e se sentirem valorizadas e respeitadas. Nós as amamos por quem são e não pelo que fazem ou sua habilidade acadêmica. No grupo infantil, elas são livres para serem quem são, para rir, aproveitar a vida e descobrir quem foram criadas para ser. Elas também ouvem sobre o poder do evangelho e como Jesus morreu para que pudessem ter vida. Aprendem a acreditar no que Deus diz sobre elas ao invés das mentiras que a sociedade alimenta”, concluiu.

*Nome alterado por segurança.

Fonte: Portas Abertas

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