Uma cristã cóptica no Egito chamada Camelia Shehata torna-se involuntariamente ponto central no conflito do islamismo com o cristianismo.

O grupo Al-Qaeda operante no Iraque, que chama a si mesmo de Estado Islâmico do Iraque (ISI, sigla em inglês), atacou a igreja Católica de Nossa Senhora do Livramento Assírio em Bagdá no domingo, 31 de outubro, e matou 58 cristãos antes de serem mortos e explodidos.

Por telefone as autoridades iraquianas exigiram dos membros do ISI as libertações de Camelia Shehata, entre outros, quem acreditavam ter convertido ao islamismo, mas sendo presa contra sua vontade num monastério pela igreja copta do Egito

Camelia Shehata, esposa de Tedaos Samaan, padre em Deir Mawas, Egito, desapareceu em 19 de julho. De acordo com a versão oficial da Segurança de Estado, ele discutiu com seu esposo e saiu de casa, hospedando-se em um de seus parentes no Cairo; a segurança a encontrou cinco dias depois e a conduziu de volta para sua família. Não desejando voltar para seu esposo, ela ficou com seu filho de dezoito anos numa casa para mulheres que pertence à igreja.

Poucos dias depois um boato espalhado por um xeique fundamentalista alegou que Camelia tinha se convertido ao islamismo e estavam a caminho de Al-Azhar para autenticar sua conversão, Camelia foi pega pela Segurança de Estado (AINA 18//2010).

O canal muçulmano via satélite a convidou a voltar para o islamismo e manifestações ocorreram de frente à mesquita apelando pela liberdade dela de seu “cativeiro” e acusação a igreja copta e o papa Shenouda por mantê-la refém.

Ela apareceu num vídeo confirmando que era uma cristã e nunca pensou em se converter ao islamismo. Al-Azhar também negou que ela nunca esteve lá, mas as manifestações continuaram.

Hamdi Zakzouk, ministro dos assuntos religiosos, durante um discurso na Universidade do Cairo em 2 de novembro, afirmou que Camelia nunca se converteu ao islamismo ou foi para Al-Azhar. Ele também criticou excessivamente as manifestações fundamentalistas.

Embora houve confirmações dela ser cristã, outras 14 manifestações foram feitas por muçulmanos radicais no Egito, cada uma sempre começando no início da noite de sexta-feira, depois do fim das orações na mesquita.

De acordo com várias fontes coptas, a segurança de Estado egípcio ordenou que ninguém visse Camelia, e a Segurança de Estado que providenciou um vídeo dela para distribuir dois meses atrás.

Quando os muçulmanos não confirmaram ser ela no vídeo, a segurança de estado publicou uma declaração e ordenou aos canais de TV nacionais que confirmasse ser Camelia.

O ministro, que controla as mesquitas e os líderes religiosos, criticou as manifestações para “libertar” Camelia e disse que eram a causa por detrás do massacre da igreja iraquiana e ameaças da Al-Qaeda.

O papa cóptico Shenouda descreveu o massacre na igreja de Bagdá como “alguma coisa que a lógica e a consciência não podem aceitar”.

[b]Fonte: Missão Portas Abertas[/b]

Comentários