Um cristão iraniano diabético preso há dois meses está em situação crítica devido à falta de tratamento médico; novas notícias de detenções de cristãos foram divulgadas na semana passada.

O governo iraniano aumentou a pressão nas duas últimas semanas sobre as igrejas não legalizadas, o que parece ser um esforço organizado para perseguir cristãos e desencorajar suas reuniões em todo o país, segundo relataram algumas fontes ao Compass.

Ao mesmo tempo, amigos dos cristãos presos, Mahmood Matin, 52 anos, e Arash Bandari, 44 anos, diabético, aguardam ansiosamente um telefonema das autoridades que assegure a libertação deles mesmo que uma fiança tenha que ser paga. Ambos os prisioneiros ficaram frágeis após os dois meses na prisão, mas as condições de Bandari são críticas.

Apostasia

Convertidos ao cristianismo, Matin e Bandari foram presos em 15 de maio sob suspeita de “apostasia” ou abandono do islamismo.

Para complicar a situação, um projeto inicial de uma “lei de apostasia” que obrigaria os juízes a sentenciar a morte muçulmanos que se convertessem ao cristianismo, faz com que a libertação imediata deles seja crucial, dizem os conhecedores do assunto.

Após dois meses confinados em solitárias no centro de detenção da polícia secreta localizado na rua Sepah 100, no centro de Shiraz, Matin e Bandari foram colocados em uma cela juntos em 15 de julho, declararam as fontes ao Compass. A ausência de tratamento médico, no entanto, foi muito difícil para Bandari.

Matin, que conseguiu alguns minutos com sua mulher em 22 de julho para pegar produtos de higiene pessoal, disse que a saúde de Bandari estava piorando rapidamente com a falta de tratamento adequado.

“Ele está muito doente; ele não está passando bem”, confirmou outra fonte.

Matin perdeu muito peso e parece fraco, mas ele não teve permissão de falar sobre as condições e o tratamento na prisão, onde ele está junto com Bandari desde sua detenção.

Em 22 de julho, um advogado concordou em pegar o caso de Matin e pedir por sua libertação. Não está claro ainda se Bandari irá receber aconselhamento legal do mesmo advogado. O advogado de Matin expressou preocupação com o longo tempo que os prisioneiros ficaram detidos sem acusações e disse que o relógio está correndo contra eles.

“Eles precisam sair o mais rápido possível, ou o caso ficará pior, e será mais difícil tirá-los de lá”, declarou um amigo da família ao Compass.

Questão estratégica da defesa

Estudiosos sobre o Irã explicaram que é crucial para os prisioneiros serem libertados antes de irem perante o Tribunal. A polícia frequentemente prende cristãos para extorquir dinheiro e os libera sem acusações. Mas se o caso vai à Corte, acusações são apresentadas contra os cristãos, que ficam então a mercê dos juízes religiosos.

“Quando o caso estiver definido e a Corte tomar sua decisão, será difícil para eles ficarem livres”, disse uma fonte. A lei de apostasia, se for aprovada, significará morte para Bandari e Matin se forem condenados por apostasia.

Jejum e oração

Cristãos no Irã estão jejuando e orando com esperança que os dois homens sejam soltos em breve.

“Nós não sabemos, em primeiro lugar, porque eles estão presos por tanto tempo, nós não sabemos quais são as acusações”, disse um amigo da família.

O amigo pediu para que as igrejas orassem para que nenhuma falsa acusação seja feita, “e por proteção, porque não sabemos exatamente o que está acontecendo dentro da prisão. Nós não sabemos como eles estão sendo tratados”.

A maioria de outros cristãos presos no Irã foi libertada sob fiança. Bandari e Matin são dois de três cristãos que ainda estão sendo mantidos na prisão.

O terceiro, Mohsen Radfar, foi preso quando estava viajando para Terã em 12 de julho. Seu paradeiro e condição são desconhecidos. Radfar, da província de Kerman na parte central do Irã, é um conhecido diretor de filmes da região e trabalhou como crítico de teatro e cinema.

Fonte: Portas Abertas

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