Os críticos mais duros quando o papa chegar na Alemanha não serão anarquistas, gays e radicais, mas, os próprios cristãos alemães.

Quando o papa Bento 16 visitar esta semana a Alemanha, seu país natal, os protestos planejados de anarquistas, gays e radicais contra a presença do pontífice devem ser a menor das preocupações dele.

Seus críticos mais duros deverão ser os próprios cristãos alemães.
A religião na Alemanha tem uma característica pública que o papa bávaro não costuma ver, com políticos e protestantes, além dos católicos, criticando as ideias conservadoras de Bento 16.

Mais de 180 mil pessoas deixaram a Igreja Católica no ano passado em protesto contra escândalos de abuso sexual e a linha cada vez mais conservadora da religião. Pela primeira vez, a quantia foi maior do que aqueles que deixaram congregações protestantes da Alemanha e até superou o número total de novos batismos na Igreja Católica.

Entre aqueles que ficaram, muitos dizem que a Igreja deveria reformar a regra do celibato para combater o número cada vez menor de padres e permitir que os protestantes casados com católicos recebam a comunhão na missa com seus cônjuges.

O teólogo católico Hermann Haering disse à Reuters que não é nenhuma surpresa que Bento 16 provoque essa crítica em sua terra natal.

“Primeiro de tudo, ele é alemão”, disse ele. “As emoções a favor e contra ele foram sempre muito fortes.”

“Em um país onde os católicos e protestantes são populações de igual tamanho, todas as questões teológicas e de igreja são muito mais claramente definidas.”

Igrejas alemãs têm sido tradicionalmente vistas como autoridades normativas, quase parte do Estado, afirmou.

“Nós não temos uma tradição liberal, como nos Estados Unidos. Estas questões não são vistas no quadro de uma sociedade civil.”

[b]Fonte: O Globo[/b]

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