Cristãos e muçulmanos uniram-se contra a exclusão da religião do espaço público, alegando que há, nalguns países, proibição de qualquer tipo de manifestação pública da fé, noticiou sexta-feira a agência católica Ecclesia.
A posição foi assumida no comunicado final do encontro “Ser cidadão da Europa e Pessoa de Fé”, que decorreu na cidade belga de Malines, numa organização do Comité para as Relações com os Muçulmanos na Europa das Conferências de Bispos Europeus e pelo Conselho das Igrejas Européias.
Segundo os participantes do encontro, nalguns Estados “detecta-se um processo que leva a relegar a religião cada vez mais para esfera privada”, conduzindo nomeadamente à marginalização do espaço público, à erradicação de qualquer tipo de manifestação pública da fé.
“Como cristãos e muçulmanos afirmamos que somos cidadãos `e` crentes, não cidadãos `ou` crentes. Estamos chamados a trabalhar lado a lado, de forma adequada, com os Estados aos quais pertencemos sem subordinar-nos a eles”, refere o comunicado citado pela Ecclesia.
Cristãos e muçulmanos defendem o princípio de integração, que, dizem, “nunca deveria envolver a renúncia” às suas “identidades religiosas, como mostrar símbolos religiosos em lugares públicos ou anular as festividades religiosas sob o pretexto de que poderiam ferir a sensibilidade de outros crentes”.
Por outro lado, invocam a importância do direito à liberdade de consciência, de mudar ou abandonar a própria religião, de mostrar e defender em público as próprias convicções religiosas sem serem ridicularizados ou intimidados por preconceitos ou estereótipos.
Fonte: Lusa