Perseguição religiosa no Oriente Médio
Perseguição religiosa no Oriente Médio

A perseguição a cristãos ex-muçulmanos no Oriente Médio e Norte da África é forte e tem diferentes faces.

No que se refere a esses “infiéis” (como eles são chamados pela maioria muçulmana da região), uma coisa é clara: o preço que esses cristãos pagam é alto.

A primeira, mais comum e mais perigosa fonte de perseguição em toda a região é a família, como explica o cristão marroquino Aziz*, de 33 anos: “Pessoas são expulsas da família por causa da conversão; elas não têm seus direitos. Alguns são obrigados pela família a se divorciar e outros são postos em prisão domiciliar. É mais difícil para as mulheres, pois culturalmente homens têm mais liberdade e direitos, então estão em uma posição melhor que as mulheres. As mulheres também são forçadas a casar com muçulmanos. Dentro da família, cristãos ex-muçulmanos enfrentam violência e agressão, além da pressão da família, que diz que o que você está fazendo é errado”.

Perseguidos pela sociedade e governo

Aziz continua explicando que a segunda fonte de perseguição é a sociedade. “Um cristão não tem direitos sociais. É difícil encontrar emprego e trabalhar para o governo é impossível. Se você já trabalha para o governo, eles começam a compilar um dossiê para que possam se livrar de você. A sociedade também pressiona para frequentar a mesquita. Você não pode viver sua fé cristã, não pode orar ou adorar em público e não pode ter um culto na igreja formalmente.”

O cristão marroquino diz que há também a perseguição legal, que parte do governo. Esta difere de país para país, mas ele afirma que no Marrocos a polícia mantém um dossiê dos cristãos. “Eles podem até colocar coisas que não são verdade no dossiê. No passado, um cristão já foi preso, acusado de uso de drogas, por exemplo. O governo vê os cristãos como pessoas que abalam a fé dos muçulmanos, o que é proibido por lei. Evangelismo também é proibido, então cristãos podem ser acusados disso. Até mesmo distribuir Bíblias é proibido no Marrocos. Se alguém comer durante o Ramadã, pode pegar seis meses de prisão”, diz Aziz.

Halima*, cristã marroquina, conta: “No meu trabalho, eu como no banheiro durante o Ramadã”. Uma cristã da Tunísia, Aizah*, afirma que “muitas vezes a família não quer custear os estudos de um filho considerado infiel”. Além disso, ela diz que um cristão ex-muçulmano não pode mais participar das reuniões e celebrações da família.

*Nomes alterados por segurança.

Fonte: Portas Abertas

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