No estado de Zamfara, na região noroeste da Nigéria, igrejas foram ordenadas a fechar ou correriam risco de ataques violentos. O porta-voz do comando policial confirmou em uma entrevista ao Sahara Reporters (agência de notícias com foco no país) que a polícia teve conhecimento da ameaça, e ela é verdadeira.
Um líder da igreja contou que a comunidade cristã de Zamfara recebeu o comando para fechar todas as igrejas do estado em três semanas. Ele se referiu à ameaça como vinda de um grupo de militantes fulanis (os fulanis são uma etnia que vive como nômade e se espalham em 15 países, mas há um grupo extremista entre eles).
A mesma carta que os grupos cristãos receberam também foi enviada para a polícia, Departamento de Serviços de Estado, Corpo de Segurança e Defesa Civil da Nigéria e outras agências de segurança. A polícia do estado instruiu os cristãos a intensificar a segurança em todos os locais de culto, casas de pastores, outros centros cristãos.
Um porta-voz da polícia disse que estava ciente da ameaça e que “um esquadrão especial foi criado […] para patrulhar e proteger os fiéis, especialmente aos domingos. Além disso, um pessoal à paisana foi destacado para reunir informações e desvendar os responsáveis pela carta de ameaça”.
Preocupação na época de Natal
A Associação Cristã da Nigéria no estado de Zamfara também orientou todas as igrejas a não realizar atividades após as 17h nos próximos três meses. O representante da Portas Abertas na África Ocidental descreveu a ameaça como extremamente palpável e muito preocupante. “Nas últimas semanas, nossa equipe de pesquisa alertou sobre o aumento da probabilidade de ataques contra cristãos na época do Natal. Há motivos para acreditar que a ameaça se espalhará para outros estados do Noroeste, como Sokoto, Kebbi, Katsina, Níger e Kano”, contou.
A Nigéria é o 9º país na Lista Mundial da Perseguição 2021. As ameaças contra a comunidade cristã em Zamfara veem após o anúncio do Departamento de Estado dos Estados Unidos de retirar a Nigéria de sua lista de violadores da liberdade religiosa.
Fonte: Portas Abertas