Nos últimos meses, o estado de Chiapas, no Sul do México, apresenta um aumento drástico na violência. A segurança, a estabilidade e o bem-estar da população têm sido afetados pelo avanço acelerado do crime organizado nessa parte do país, que ocupa a 37ª posição na Lista Mundial da Perseguição 2024.
A localização geográfica de Chiapas se tornou um empecilho para a segurança dos moradores locais, que inclui cristãos perseguidos. Muitos veículos de imprensa e agências do governo explicam que, por estar na fronteira com a Guatemala, grupos ilegais ligados ao tráfico de drogas, como o cartel Sinaloa ou o cartel Jalisco New Generation, usam a região para escoar os narcóticos para outros estados e até mesmo para os Estados Unidos.
De acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas, Geografia e Informação (INEGI, da sigla em espanhol), Chiapas é um dos estados mais pobres no México. Em meio a passos modernos da nação, como a eleição, no início de junho, de Claudia Sheinbaum, a primeira mulher presidente em 200 anos, o estado de Chiapas é um contraste, tomado pela vulnerabilidade social, que torna a região suscetível aos avanços dos cartéis.
“De agora em diante, vamos tomar o controle da cidade e da região”, disse um dos membros do cartel Sinaloa em setembro do ano passado ao conquistar mais um território na região. Disputas entre os cartéis de drogas também causam o derramamento de sangue inocente em Chiapas. Desde que a violência aumentou, jovens têm sido recrutados para o crime, sequestrados, massacrados, obrigados a pagar propina para as gangues ou forçados a se tornarem deslocados com suas famílias.
Nesse contexto, muitos cristãos em Chiapas vivem com medo. “Um irmão na fé estava muito preocupado e deprimido. Li a palavra de Deus com ele e oramos e ele ficou profundamente grato”, explicou um pastor que vive na região. Os pastores e líderes também têm participado de um treinamento especial da Portas Abertas para lidarem com essa situação.
Parceiros locais da Portas Abertas viajam longas distâncias na região para socorrer os cristãos perseguidos. Eles organizam treinamentos para preparar os cristãos locais para enfrentarem biblicamente a perseguição. No trajeto, eles encontram muitos bloqueios nas estradas e empecilhos que tornam o tempo de viagem o dobro.
“Além dos bloqueios de estrada, temos que evitar viajar à noite por causa do risco de assaltos dos grupos criminosos”, disse Asunción Martinez, que atua com parceiros da Portas Abertas na região. Enquanto buscam alternativas para continuar o ministério, os cristãos locais continuam socorrendo uns aos outros e buscam manter os olhos fixos nas verdades bíblicas.
Fonte: Portas Abertas