Cristãos no Sudão (foto representativa)
Cristãos no Sudão (foto representativa)

Quatro cristãos sudaneses foram presos no ataque à Igreja Batista em Zalingei, em Darfur, Oeste do Sudão. Os homens foram acusados de apostasia, apesar de a lei que criminalizava o abandono do islamismo ter sido revogada em 2021. Eles lideravam uma igreja autorizada pelo governo. Apesar disso, em junho deste ano, foram atacados e presos.

Na prisão, eles sofreram maus-tratos durante quase dois meses. No dia 3 de julho, eles foram levados diante do promotor, que “pediu que eles renunciassem à fé em Jesus e parassem de orar, participar de atividades na igreja ou compartilhar a fé cristã, senão seriam mortos. Os quatro cristãos recusaram a ordem e foram punidos por essa decisão”, segundo relatório da ONG Christian Solidarity Worldwide (CSW).

O caso foi transferido para um tribunal superior e na primeira audiência, no dia 30 de agosto, os cristãos foram julgados e inocentados. O juiz disse ser inadequado considerar a conversão de muçulmanos ao cristianismo como apostasia, já que isso não é mais crime na Constituição do Sudão. Segundo a CSW, os cristãos não precisaram pagar a fiança e os pertences deles, que foram apreendidos no ataque, foram devolvidos.

Igreja ameaçada

Apesar da decisão do tribunal, extremistas da comunidade ameaçaram e atacaram a igreja, que permanece fechada por causa do conflito. Outras três igrejas também fecharam em Zalingei este ano por causa do aumento da violência e ameaças na região.

O porta-voz da Portas Abertas na África Subsaariana comentou: “Celebramos a inocência das acusações, mas continuamos pedindo ao governo do Sudão que garanta a liberdade de religião. A situação mostra que os direitos de crença estão ameaçados pelas autoridades que querem desfazer os avanços do país nessa questão”.

A situação da igreja dos líderes cristãos e outras próximas à região demonstram a crise humanitária. “A igreja em que esses quatro homens congregam não poder abrir demonstra a pressão social que permanece limitando a prática da fé de cristãos. A comunidade internacional deve continuar pressionando os militares que governam o Sudão para que garantam os direitos humanos existentes antes do golpe”, concluiu o porta-voz.

Fonte: Portas Abertas

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