As forças especiais do Paquistão assumiram o controle na cidade de Gojra (Punjab), após o episódio sangrento em que ao menos oito pessoas – incluindo mulheres e uma criança – foram queimadas vivas e outras 20 ficaram feridas.
Pelo menos 50 casas foram incendiadas e destruídas, e milhares de fieis fugiram para escapar da execução. Os parentes das vítimas se recusam a cuidar dos corpos e não realizarão funerais até que os culpados sejam presos. Alguns dos mortos já foram identificados: Hamed Masih, 50, Asia Bibi, 20, Asifa Bibi, 19, Imam Bibi, 22, Musa, 7, Akhlas Masih, 40, e Parveen, 50.
Cerca de 3 mil muçulmanos, depois de serem incitados pelas autoridades religiosas locais, foram até o vilarejo cristão de Gojra. Grupos de jovens muçulmanos com os rostos cobertos começaram a atirar. Os aldeões fugiram, mas alguns foram pegos e mortos pelos tiros.
Para queimar as casas, os militantes usaram um combustível específico, que é difícil de apagar. Segundo testemunhas, o mesmo combustível foi utilizado no vilarejo de Shanti Nagar, incendiado em fevereiro de 1997, na destruição de Sangla Hill (2005) e no incêndio de 50 casas e duas igrejas em 30 de julho.
Tudo começou quando Talib Masih foi acusado de ter queimado páginas do Corão durante uma cerimônia de casamento no dia 29 de julho. No dia 30 de julho, milhares de militantes islâmicos atacaram e incendiaram casas de cristãos em Koriyan e duas igrejas protestantes.
O ministro pelas minorias, Beat Shahbaz, acusou a polícia de negligência. Os cristãos locais dizem que pediram a proteção dos oficiais há dias porque a situação estava tensa, mas foram ignorados.
Alguns cristãos argumentam que, apesar de a polícia estar presente durante o ataque em Gojra, os criminosos não foram presos. Outras testemunhas afirmaram que depois de um tempo, a polícia tentou detê-los, mas os jovens também feriram alguns policiais.
Ontem, conforme a notícia dos ataques se espalhava, em Lahore houve uma manifestação para pedir garantias de liberdade aos cristãos.
Fonte: Portas Abertas