No dia 10 de dezembro de 1948, durante a Assembleia Geral das Nações Unidas em Paris, a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) foi elaborada. O documento, traduzido para mais de 500 idiomas, tornou-se base das constituições de vários países.

“Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade”, garante o artigo I do acordo internacional.

Desde então, há uma observância internacional para que esses direitos sejam respeitados. Mas ainda existem muitas pessoas que vivem alienadas desses benefícios. Os cristãos perseguidos, por exemplo, já têm o primeiro princípio violado quando são tratados com discriminação e preconceito.

A Portas Abertas trabalha para que os membros da Igreja Perseguida tenham seus direitos cumpridos e preservados, e sejam defensores da dignidade de outros.

A história de Houda Hanna e os dois filhos é um exemplo da violação dos direitos humanos. Os três foram feridos em um ataque de um vizinho extremista islâmico em Al-Nasriah, na vila de Minia, no alto Egito. O primogênito, Shenouda, de 22 anos, ficou entre a vida e a morte por três dias em cuidado intensivo. 

De acordo com o relato do caçula Ishaq, 16, a família e mais uma parente, Nawal, estavam sentadas fora de casa na noite de 17 de novembro. Um vizinho extremista de 25 anos passou por eles, provocando a todos e comparando os cristãos a cachorros e logo ordenou que entrassem em casa. As ordens não foram acatadas, então o rapaz ficou com raiva, buscou uma faca na residência dele, e passou a bater e golpear a família.

Milagre de Deus, descaso dos homens

Ishaq pediu socorro ao primo George e todos foram levados a hospitais. Dois deles não aceitaram Shenouda como paciente, porque ele estava em graves condições. Felizmente alguns médicos canadenses estavam visitando o terceiro hospital. Eles operaram o jovem cristão, que necessitou da retirada parcial do intestino, além de reparações no pulmão e abdômen. Houda levou 22 pontos na cabeça e Ishaq teve seis por todo o corpo.

Para a polícia, os ataques não passaram de um desentendimento comum. Mas para o meio irmão de Ishaq e Shenouda, Salib, a posição das autoridades é vista como descaso. “A coisa ruim e triste que a polícia disse no relatório é que o incidente foi apenas uma discussão normal. Como isso é uma discussão normal? É uma tentativa de assassinato!”, reclama.

Salib explicou que a família está impedida de abrir um processo legal contra o agressor. A polícia prendeu o muçulmano extremista, mas o advogado das vítimas não teve acesso aos documentos de investigação. A parente e vizinha que escapou do ataque, Nawal, foi testemunha no caso, mas o agressor acusou ela e Shenouda de “atos imorais” na rua. Entretanto, todos garantem que a justificativa não é verdadeira.  

Hanna e os filhos estão sendo pressionados pela comunidade islâmica para diminuir as acusações contra o vizinho e a concordarem com uma reconciliação.

“Mas não vamos aceitar isso. Esse extremista precisa ser punido pela lei, porque ele cometeu um crime de tentativa de assassinato contra meu irmão e feriu gravemente minha madrasta. A impunidade para esses atos vai apenas encorajar mais violência”, completa Salib.

Fonte: Portas Abertas

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