Na manhã do último dia 28, a Somália viveu mais um dia de terror, com outro ataque atribuído ao grupo radical islâmico Al Shabab, que atua nessa região e pretende implementar a lei islâmica (Sharia) no país.
Cerca de 90 pessoas morreram e mais de uma centena de pessoas ficaram gravemente feridas, após a explosão de um carro bomba em uma estrada movimentada que une a Somália à Turquia e entre as vítimas estão vários engenheiros turcos que trabalhavam nas obras da estrada.
Segundo fontes locais, o Al Shabab é contra a continuação dessa estrada e ataca o país constantemente, pois alegam que o governo é apoiado pelas Forças de Paz da ONU e da União Africana.
O grupo extremista também é contra a união da Somália à Turquia que apoia o país enviando roupas, comida e itens básicos de sobrevivência desde 2011, quando uma guerra interna assolou o país.
Apesar deste ataque não ter como alvo os cristãos perseguidos do país, a Somália está estre os 3 países que mais perseguem cristãos no mundo, ocupando a terceira colocação na Lista Mundial da Perseguição 2019, que classifica os países mais perseguidores.
Conforme os relatórios da Lista, fontes de pesquisa da Portas Abertas, que anualmente lança esse quadro da perseguição no mundo, o número de cristãos mortos na Somália dobrou no último ano.
Perseguição a cristãos na Somália
A perseguição é particularmente severa para cristãos ex-muçulmanos – eles podem chegar a ser decapitados se forem descobertos. Com uma população muçulmana de 99,9%, líderes religiosos islâmicos afirmam publicamente que não há lugar para cristãos no país.
Assim como os líderes comunitários, eles veem os cristãos como um elemento estranho que está em seu país para prejudicar sua cultura e religião. Todos os grupos tribais se identificam como muçulmanos.
Embora possa haver centenas de cristãos entre os 10 milhões de habitantes do país, o caráter intensamente tribal da sociedade somali também significa que qualquer muçulmano que se converta ao cristianismo será imediatamente detectado pela família e pelos amigos e corre o risco de morrer.
Na Somália, não há lugares seguros para os cristãos (todos ex-muçulmanos) praticarem sua fé. A comunidade e os membros da família perseguem qualquer um que deixe o islã.
Além disso, houve um renascimento da militância islâmica, levando ao crescimento de organizações muçulmanas militantes baseadas em clãs, uma das quais é o Al-Shabaab.
Um grupo de mais de 200 membros filiados ao Estado Islâmico recrutou combatentes que fugiram do Iraque e da Síria, bem como ex-militantes do Al-Shabaab. O grupo escolheu a Somália porque não há autoridade central e “podem continuar sua ideologia sem obstáculos”, disse um líder cristão de Mogadíscio, capital do país.
Fonte: Portas Abertas