Apesar da perseguição desenfreada, levada a cabo por líderes comunistas da China contra os cristãos do país, um escritor chinês argumentou que o cristianismo – e não o confucionismo, o comunismo ou ateísmo – é o futuro do país.

[img align=left width=300]https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840×500/smart/media.guiame.com.br/archives/2016/08/05/2186137199-.jpg[/img]Yu Jie, um autor best-seller chinês e um dos críticos mais importante da liderança do país, recentemente escreveu em um editorial publicado na edição de agosto da revista ‘First Things’, no qual ele afirmou que “uma fé crescente em Cristo, reforçada pelos laços de comunhão na vida da igreja, está soprando nova vida nova sobre a China”.

Os cristãos da China têm visto um aumento na perseguição, desde que o governo de Xi Jinping chegou ao poder há três anos. No ano passado, o presidente advertiu que as religiões “devem permanecer independentes da influência estrangeira” e disse que “o trabalho religioso do Partido Comunista deve estar focado de conquistar os corações e mentes do público”.

Ao longo dos últimos anos, muitos líderes cristãos foram presos, enviados para hospícios, espancados e torturados. Milhares de cruzes também foram removidas à força de mais de 1.800 igrejas desde 2014.

Em seu editorial, Yu argumenta que a crescente hostilidade do governo chinês em relação ao cristianismo é porque o presidente Xi Jinping é “um líder inseguro” e reconhece os cristãos como a maior ameaça ao governo comunista.

“O número [de cristãos na China] cresce em milhões a cada ano”, escreveu Yu. “A este ritmo, em 2030, os cristãos do país serão superiores a 200 milhões, superando os Estados Unidos e tornando a China o país com a maior população cristã do mundo”.

Yu comentou o tempo que passou preso em 2010, por causa de sua relação com Liu Xiaobo, o vencedor do Prémio Nobel da Paz de 2010 por sua luta pelos direitos humanos na China. De acordo com uma reportagem do New York Times, em uma cela de detenção, agentes de segurança dobraram os dedos de Yu para trás, um por um, deram chutes em seu peito e ameaçaram queimar seu rosto com cigarros acesos.

Depois de suportar meses de abusos e torturas, além da prisão domiciliar e da vigilância constante por parte do Estado, Yu e sua família migraram para Washington, DC (EUA), onde a mulher de Yu trabalhar como pastora na Igreja ‘Harvest Chinese Christian’, nos subúrbios do Distrito de Columbia.

Como ele, os cristãos que sofrem perseguição nas mãos do partido comunista recusam-se a ceder ao medo: “Uma das frases que ouvi na maioria das vezes entre eles foi: ‘Quanto maior a perseguição, maior o renascimento”, explicou Yu.

“Para dissidentes cristãos, a remoção de cruzes dos templos e as demolições de igrejas são apenas o prelúdio de uma história que remonta aos tempos da Paixão e Ressurreição de Cristo. Eles falam sobre como durante a Revolução Cultural, a população cristã em Wenzhou, na verdade, também cresceu muitas vezes”, contou.

Desde o ano 2000, um número de igrejas urbanas têm desenvolvido nas grandes cidades em toda a China, que Yu disse que “é um primeiro passo para que os cristãos assumam a liderança no desenvolvimento de uma sociedade civil chinesa, independente do controle do governo”. No entanto, antes de uma sociedade livre poder se estabelecer, deve ser entendido que “a religião deve ser um assunto privado”.

“O que é necessário é uma teologia política ressaltando a soberania da lei de Deus, em vez da separação entre Igreja e Estado”, disse Yu. “Embora a China comunista seja uma sociedade totalitária, os cristãos podem aprender e praticar um modo de vida democrático na igreja, e então agir como um fermento na sociedade”.

Por exemplo, enquanto os chineses não têm direito de voto real, os membros da igreja pode eleger seu próprio conselheiros e líderes administrativos.

“Para aqueles inexperientes com as eleições e a democracia, as igrejas são um viveiro de atividade cívica”, Yu apontou. “Muitas dessas igrejas são presbiterianas e calvinista, a mesma tradição que desempenhou um papel tão central na ascensão da democracia no Ocidente”.

O autor explicou que sua fé cristã é o que lhe permite compreender o mal e a injustiça, perpetrados pelo governo chinês.

“Este trabalho interior de arrependimento pelos meus próprios pecados transformou a minha luta contra o totalitarismo. Já não estou apenas apontando falhas no mundo. Eu também reconheço as falhas em mim mesmo”, escreveu ele.

“Que Deus me permita viver para testemunhar e testificar dEle por meio da escrita. Eu continuo a fazê-lo com grande esperança. Uma fé crescente em Cristo, reforçada pelos laços de comunhão na vida da Igreja, que está soprando uma nova vida nova sobre o meu país”.

Ele concluiu: “Nem a mão morta do comunismo, nem a imitação cínica do confucionismo, nem o capitalismo, nem a democracia, nem qualquer coisa terrena irão determinar o destino da minha terra. O cristianismo é o futuro da China”.

[b]Fonte: Guia-me[/b]

Comentários