“Para os evangélicos, a questão do aborto, do casamento, da família, é muito importante”, afirmou o ministro da pesca, Marcelo Crivella.

O novo ministro da Pesca, senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), admitiu ontem que não tem conhecimentos sobre o setor pesqueiro. “Eu não ponho uma minhoca no anzol”, afirmou à Folha.

Na véspera de assumir, Crivella disse que vai “aprender com técnicos” da pasta por ter formação de engenheiro civil.

“[Mas] não estou indo para o ministério para pescar, e sim para trabalhar. Eu sei que lá tem muitos técnicos bons, bons pescadores”, afirmou.

Representantes da indústria da pesca reagiram mal à mudança -Crivella é o terceiro no cargo no governo Dilma.

“O ministério virou uma moeda de troca política. É péssimo porque a pessoa, quando começa a tomar conhecimento do ministério, é trocada”, criticou Rainer Gonçalves, representante do setor em Florianópolis (SC).

Bispo licenciado da Igreja Universal, Crivella disse que vai ser o interlocutor dos evangélicos junto a Dilma. Afirmou, porém, que sua indicação não assegura o apoio.

“Para os evangélicos, a questão do aborto, do casamento, da família, é muito importante. Ela pode colocar todo o ministério evangélico que, se ela aprovar leis que são contra a família e contra a vida, vai perder o apoio dos evangélicos. Nesse caso, não tem santo que ajude.”

Para Crivella, sua nomeação como ministro não é uma forma de pressão para que o PRB retire a candidatura de Celso Russomano (PRB) à prefeitura de São Paulo e apoie Fernando Haddad (PT).

[b]Fonte: Folha de São Paulo[/b]

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