Um novo pedido de impeachment contra o prefeito Marcelo Crivella (PRB) foi protocolado na Câmara do Rio nesta quinta-feira.
O presidente da Casa, o vereador Jorge Felippe (MDB-RJ), recebeu o pedido através da Secretaria Geral da Mesa Diretora da Câmara.
Segundo Jorge Felippe, o pedido foi feito pelo advogado Pablo Filipe Moraes Soares de Andrade. Este é o terceiro pedido de impeachment feito contra Crivella desde que ele assumiu a prefeitura da cidade, em 2017.
O denunciante alega que a Prefeitura comprou um terreno da Caixa Econômica Federal, na favela do Rio das Pedras, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, sem licitação, praticando, segundo o advogado, uma “verdadeira pedalada fiscal”.
Além disso, a denúncia traz ainda uma lista de ilegalidades que teriam sido cometidas por Crivella.
O prefeito teria realizado operação de crédito sem autorização da Câmara dos Vereadores, vinculando imposto para a compra do imóvel; bloqueou pagamento de fornecedores, mas concedeu à Caixa Econômica R$ 10 milhões de crédito tributário; realizou a operação de renúncia de crédito sem previsão na Lei Orçamentária Anual e na Lei de Diretrizes Orçamentárias; violou o Decreto Municipal nº 12090/ 1993 que prevê os casos de compensação e não prevê compensação de créditos vincendos e burlou o cálculo dos índices mínimos a serem aplicados em educação e saúde estabelecidos na Constituição Federal.
“Foi dada entrada, mas ainda vou analisar o documento com calma, no fim de semana. Se eu acatar, será instaurado procedimento. Senão, pode ser arquivado ou o denunciante pode recorrer ao plenário. Vou emitir um parecer até a sessão de terça-feira”, garantiu o presidente da Casa, Jorge Felippe. Questionado sobre o denunciante ser ligado a algum vereador, Jorge Felippe diz desconhecer qualquer ligação.
Em caso de o pedido de impeachment ser acatado, poderá ser votado já nesta terça-feira (2/4).
Enquanto Crivella escapou dos outros dois pedidos anteriores, a expectativa da Casa é de que, desta vez, sua falta de apoio na Câmara ameace seu cargo.
Gabinete de crise
Marcelo Crivella estaria transformando o Palácio da Cidade, em Botafogo, na Zona Sul, em gabinete de crise, segundo publicação do jornal O Dia.
Nos últimos dias, ele teria passado a madrugada para encontrar uma luz no fim do túnel para se livrar do impeachment na Câmara.
Crivella tem a companhia do núcleo duro: a cúpula da Igreja Universal. Um dos bispos presentes é João Mendes de Jesus, secretário de Assistência Social. Além de Paulo Messina, da Casa Civil.
Quem frequenta as reuniões de Crivella diz que o clima é tenso, somado à falta articulação política.
Fonte: O Dia