O ministro de Exteriores italiano, Massimo D’Alema, considerou que a viagem do Papa Bento XVI à Turquia, que deve acontecer no final do mês, é “um gesto que vai na direção do diálogo entre civilizações”, disse em entrevista publicada hoje pelo jornal “La Repubblica”.

O chefe da diplomacia italiana não quis comentar a possível ausência do primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, durante os dois primeiros dias em que Bento XVI visitará a Turquia e que impedirá a realização de um encontro.

O Papa visitará a Turquia de 28 de novembro a 1º de dezembro e, nos dois primeiros dias de sua estadia no país, Erdogan estará na reunião da Otan em Riga (Letônia).

D’Alema minimizou a importância do incidente de quinta-feira, no qual um turco deu tiros em frente ao Consulado da Itália em Istambul, em protesto contra a visita do Pontífice.

No entanto, o ministro italiano advertiu que “o clima de tensão em todo o mundo islâmico é algo que não pode ser menosprezado”.

Segundo D’Alema, “estamos à beira de uma desgraça”, pois o “aumento do fundamentalismo e dos sentimentos anti-ocidentais se estendem por toda a região, não só na Turquia”.

Além disso, o ministro pediu que a comunidade internacional “trabalhe para minimizar” a tensão vivida no mundo islâmico.

O ministro de Exteriores italiano disse que estes incidentes isolados não influem na política italiana de abertura à adesão da Turquia à União Européia (UE).

Sobre a negociações para a entrada da Turquia na UE, D’Alema disse acreditar que haverá “um freio”, mas que “a Europa tem que manter as portas abertas para este país”, pois sua adesão significará” uma grande oportunidade para evitar um confronto entre civilizações”.

Fonte: EFE

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