Daniel Mastral e sua esposa, a médica e escritora Isabela Mastral. (Foto: Daniel Mastral/Instagram)
Daniel Mastral e sua esposa, a médica e escritora Isabela Mastral. (Foto: Daniel Mastral/Instagram)

Isabela Mastral, esposa do escritor e conferencista Daniel Mastral, faleceu na tarde de domingo (30) após uma parada cardíaca causada por infarto agudo do miocárdio. O anúncio foi feito pelo marido nesta segunda-feira nas redes sociais.

Isabela era médica, formada pela Faculdade de Medicina da USP, além de também ter sido autora de um extenso repertório literário, incluindo muitos títulos didáticos de ensino e reflexão.

De acordo com Daniel, o problema de saúde de Isabella se agravou devido a um quadro de depressão pós-traumática, após a morte do filho do casal, Mikhael, que cometeu suicídio em dezembro de 2018 em uma plataforma de trem, aos 15 anos.

Isabela havia tratado a depressão por anos, até que entrou em “remissão dos sintomas”, segundo Daniel. No entanto, quando Mikhael adoeceu em 2018, “a sombra da depressão tornou a assombra-lá”.

“Lutamos com todas nossas forças. Fizemos de tudo, oramos por ele e com ele. Buscamos ajuda terapêutica e médica. Ele teve suporte medicamentoso, acolhimento familiar, muitas orações e todo nosso amor. Infelizmente perdemos a batalha em 22.12.2018”, disse Daniel em publicação no Instagram.

“Quando o perdemos, ficamos só eu e minha esposa. Ambos sendo tratados de depressão pós-traumática. Quando um estava abatido, o outro estendia a mão. Melhor serem dois do que um. Porém, por razões que não compreendo, minha esposa foi tirada de mim”, afirmou.

“Ela estava bem e feliz! Porém, teve um rebaixamento (comum em quadros depressivos). Conversamos, oramos, colocamos um louvor. Ela queria dormir um pouco para ‘esquecer a dor’. Tomou sedativos, porém leves e corriqueiros. Porém, desta vez senti algo estranho; conversei com ela. Estava bem e lúcida. Adormeceu…”, relatou o escritor.

Por precaução, Daniel tirou a pressão da esposa, que estava 14:8. Ele também mediu a temperatura do corpo, que estava normal, além da saturação, que estava em 92 e frequência cardíaca, marcada em 85 bpm. Minutos depois, Daniel fez uma nova checagem, mas a saturação havia diminuído para 85.

Com isso, Daniel chamou a ambulância e acompanhou a esposa até o pronto-socorro. “Oxigênio e massagem cardíaca… Mesmo assim, chegou no PS com parada. Tentaram reanimá-la por 45 minutos. Sem êxito”, acrescentou.

Isabela Mastral faleceu às 17h15 no dia 30 de maio.

“Perdi meu amigo e agora minha parceira”, disse Daniel, lamentando a morte do filho e esposa. “A guerreira que sempre esteve ao meu lado. Como prosseguir? Ainda não sei. Vou tentar honrar meus compromissos e manter a mente ocupada… Mas agora, mais do que nunca, preciso de suas orações e também do ‘colo’… de Deus e de vocês… Me sinto sozinho”, disse ele.

“A casa está silenciosa… Não tenho mais com quem comentar os programas de TV… perder um filho é um pesadelo. Perder também a esposa é como o pior dos pesadelos. Conto com suas preces. Seu apoio. Compreensão, joelhos dobrados, mãos estendidas e que continuem nos ajudando a espalhar a mensagem do céu. Este soldado que vos escreve está muito ferido, abatido. Mas, ainda não derrotado”, finalizou Daniel.

Em mensagem anterior, o escritor ainda relembrou como era a rotina da família quando Mikhael ainda estava vivo. “Éramos três. Três vidas que se completavam. Um era suporte do outro. As lembranças que tenho são repletas de risadas, brincadeiras, e também muito amor e respeito. Nos completávamos. Estávamos sempre juntos”, relatou.

“Desde saídas para passeios, como em casa; compartilhando uma refeição, vendo um programa de TV, jogando vídeo game, ou simplesmente conversando. Muitas vezes, rindo de nós mesmos. Orávamos juntos, tínhamos nosso culto diário sempre realizado com muito zelo. Nossos abraços de família eram presentes diariamente, assim como a troca de palavras; ‘eu te amo!’ De repente, sem aviso, meu filho entrou em depressão”, acrescentou.

A depressão é definida por Daniel como “uma doença devastadora que corrói a alma por dentro”. “Por ser uma enfermidade invisível, muitos acham ‘frescura’. Porém, é um câncer na alma. Minha esposa também tinha. O último estágio da dor humana”, explicou.

Fonte: Guia-me

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