O deputado estadual Paulo Ramos (PDT) informou em um discurso na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro que os denunciantes de pastor Marcos Pereira confessaram crimes em seus depoimentos.

Marcos Pereira, da Igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias (ADUD) está atualmente preso, sendo acusado de dois estupros de fieis da congregação e coação.

Paulo Ramos teve acesso à documentação de pedido de quebra de sigilo à Dra. Cláudia Pomarico Ribeiro, Juíza de Direito da 40ª Vara Criminal, onde os dois denunciantes José Júnior, coordenador da AfroReggae e Rogério Ribeiro de Menezes afirmam ter relações com chefes do narcotráfico e com traficantes em seus depoimentos.

O deputado aponta que no depoimento em que José Júnior presta é dito o seguinte: “José Júnior afirmou que soube, através de chefes do narcotráfico e líderes comunitários por ele conhecidos”.

Paulo Ramos afirma que somente esta afirmação já deveria ter feito com que a autoridade policial desse voz de prisão ao Sr. José Júnior. “Como é que ele confessa uma relação íntima com chefes do narcotráfico, sem que pelo menos tenha sofrido a represália legal consequente?”

O segundo denunciante é o pastor que outrora rompera a relação com Marcos Pereira, Rogério Menezes. Segundo o deputado, no depoimento que prestou à autoridade, ele afirma que era “produtor de eventos nas favelas, recebendo pagamento dos traficantes que variavam de cinco a vinte mil reais.”

“Como é que alguém chega a uma delegacia para prestar depoimento e diz que organizava eventos nas favelas e recebia o pagamento dos traficantes? Essa confissão deveria ter merecido imediata voz de prisão. Não! Nada foi feito”.

Segundo ele, outros depoimentos colhidos aparecem sempre confessando a prática de crimes ou seus vínculos com José Júnior.

Paulo Ramos aponta que o inquérito, que foi aberto em março de 2012, vinha sendo conduzido incialmente pela Delegada de Polícia, Dra. Valéria Aragão.

Em 2013, o caso foi passado para as mãos do Delegado Delegacia de Combate às Drogas, Marcelo Mendonça, quem, segundo o deputado foi rechaçado pela Juíza da 43ª Vara Criminal.

O deputado afirma que Valéria foi substituída porque não se submeteu aos constrangimentos profissionais, às ordens recebidas para conduzir de forma deturpada as investigações.

A Juíza da 43ª Vara Criminal, que diz que negou o pedido de quebra de sigilo telefônico, disse que não havia uma investigação policial em curso regular e que a delegada Valéria não havia tomado nenhuma providência até então, mesmo com prazos prorrogados pelo Ministério Público.

O deputado, assim, aponta que não houve uma investigação séria e isenta, e que por outro lado, houve uma “perseguição”, um “linchamento”, uma “orquestração” contra o acusado, com o patrocínio do Sistema Globo, aliado do AfroReggae.

O deputado Paulo Ramos ressalta que a quebra do sigilo telefônico, que tem proteção constitucional, deve tratar exclusivamente daquilo que interessa à investigação, e não pode ser uma invasão de privacidade.

Sobre os diálogos ‘obscenos’ divulgados pelo Extra, ele diz, que Marcos Pereira deve responder eticamente junto ao campo religioso, entretanto, “diálogo obsceno não significa crime”. Além disso, ele constata que houve crime na publicidade da escuta.

“Li nos jornais, vi na televisão, diálogos atribuídos ao Pastor Marcos Pereira, com pessoas da igreja, diálogos – vou usar a expressão – obscenos. Ali, que ele responda eticamente junto ao campo religioso, mas diálogo obsceno não significa crime. Que ele responda, mas mesmo assim os diálogos obscenos não poderiam ter sido objeto da quebra do sigilo. Que o delegado, que o representante do Ministério Público, que eles tomassem conhecimento, mas eles não poderiam dar publicidade. A publicidade é crime! Não poderiam.”

“Como uma autoridade policial, com o apoio do Ministério Público, do representante do Ministério Público, divulga, pela quebra do sigilo telefônico? E divulgou imagens também de diálogos privativos, que nada interessavam à investigação. Para alcançar o quê? Um convencimento em relação a outros procedimentos que ainda não estão comprovados.”

O deputado afirma que não está defendendo o pastor, mas o estado democrático de direito, os direitos e garantias individuais, o direito à privacidade. “Eu estou defendendo uma investigação isenta”.

“Não pode um cidadão ser submetido a um linchamento, através de uma investigação que não tem sustentação, luta por interesses diversos, ser acusado, ser massacrado e não estar sendo submetido a uma investigação isenta”, declarou.

[b]Fonte: The Christian Post[/b]

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