Acusado de contratar matadores profissionais para acabar com a vida de um pastor e colega parlamenta, o deputado e também pastor Mário de Oliveira do PTC de Minas Gerais (foto) disse que jamais pensou em matar nenhum ser vivo. “Nunca pensei em matar ninguém. Sou contra matar até passarinho”, disse.

Oliveira é acusado de ter contratado profissionais para matar o deputado e adversário político Carlos Willian (PTC-MG). O caso será investigado por uma comissão de sindicância, cumprindo determinação do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). As investigações devem ser concluídas em 60 dias.

O assunto foi parar na tribuna da Câmara, pois tanto Oliveira como Willian ocuparam o espaço para contar suas versões sobre o caso.

Segundo Oliveira, as denúncias são oriundas de uma “armação política”, mas ele não aponta responsáveis. “Não sou um sábio, mas também não sou um idiota para fazer uma coisa dessas”, afirmou ele, negando ter contrato serviços de matadores profissionais.

No entanto, Oliveira admitiu que teve “algum tipo de desavença” com Willian, sem entrar em detalhes. De acordo com Willian, o deputado o agrediu e por pouco não bateu nele, em fevereiro quando ambos tomaram posse na Câmara.

Os dois parlamentares eram aliados políticos até o início dos anos 90. Ambos são pastores evangélicos da Igreja Evangélica Quadrangular, em Belo Horizonte, mas romperam, segundo Willian por desentendimentos políticos.

Sindicância

Caso a comissão de sindicância conclua que há suspeitas de quebra de decoro por parte de Mário de Oliveira, o corregedor-geral da Câmara, Inocêncio Oliveira (PR-PE), enviará o caso à Mesa Diretora da Câmara, que avalia o assunto e, depois remeterá cópia ao Conselho de Ética da Casa –que poderá abrir processo contra o deputado para perda de mandato.

“A acusação é gravíssima. Será constituída uma comissão parlamentar, formada por cinco deputados, que terá de ouvir o Mario Magalhães e elaborar um relatório sobre o caso”, afirmou Inocêncio. “O deputado [Mario Magalhães] terá, no máximo, cinco dias para se explicar.”

Na tribuna, Willian contou que soube de um “plano para matá-lo”, na sexta-feira. Ele disse estar vivendo “dias de angústia” e afirmou que um policial disse que havia um homem contratado para matá-lo na viagem que faria de Belo Horizonte para Brasília, na quinta-feira.

Segundo o deputado, o matador profissional receberia R$ 150 mil para matá-lo. Com uma série de documentos, nos quais afirmou estarem fotografias suas, endereço da sua casa e detalhes sobre sua rotina, Willian disse que “não estava acusando ninguém”.

Fonte: Folha Online

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