O arcebispo anglicano Desmond Tutu (foto), Prêmio Nobel da Paz e voz da consciência durante o regime segregacionista do apartheid na África do Sul, foi homenageado hoje em Pretória na véspera de seu 75º aniversário.

O reitor da Universidade da África do Sul, Barney Pityana, deu as boas-vindas ao clérigo, afirmando que para ele era um privilégio ter um anfitrião com tão alta estima internacional.

Pityana, antes de fazer um brinde e ceder a palavra ao prelado, elogiou o trabalho humanitário, político e social da carreira de Tutu e destacou seu “sincero senso do humor”.

“Tutu nunca fala mais a sério que quando está brincando”, disse.

Ágil, risonho e enérgico, Tutu, que nasceu em 7 de outubro de 1931 em Klerksdorp, no subúrbio de Johanesburgo, foi à cerimônia acompanhado por sua esposa, Lea Nomalizo Bshinxani, seus familiares e amigos.

Após pegar seu presente de aniversário, uma charge original feita pelo famoso desenhista cômico sul-africano Zapiro, Tutu tomou a palavra e demonstrou publicamente este senso de humor que lhe é tão característico.

“Sempre me intrigou por que Zapiro desenha sistematicamente um nariz que chega até a boca”, disse Tutu, explicando que, quando era jovem e procurava uma namorada, seu melhor amigo lhe aconselhava a tapar o rosto com um lenço, como se estivesse resfriado, quando se aproximasse das meninas, pois seu nariz as espantava.

Dez anos após deixar o cargo de arcebispo da Cidade do Cabo, o incansável clérigo não perdeu nenhuma de suas habilidades para lançar suas duras críticas contra os que estão no poder.

Nesta ocasião, no entanto, foi comedido em suas palavras e evitou fazer este tipo de críticas na homenagem.

Em sua honra, a universidade também apresentou uma exibição na biblioteca central, em que frases de Tutu, fotografias e livros podiam ser vistos e lidos nas paredes e nos vitrais.

Fonte: EFE

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