Ilustração de pastor com depressão e exausto
Ilustração de pastor com depressão e exausto

De acordo com uma pesquisa realizada pela agência americana Barna, cerca de 1.700 pastores deixam as suas igrejas por mês nos Estados Unidos e 54%, ou seja, mais da metade dos ministros que participaram da pesquisa, disseram que as vezes experimentam exaustão mental e emocional em decorrência de seu ministério.

A pesquisa também descobriu que 45% disseram que às vezes se sentem inadequados.

Por que eles se sentem assim, por que estão deixando o ministério e o que pode ser feito a respeito disso?

Esta semana, a Times Square Church sediou sua segunda cúpula anual para pastores chamada Restaurando a Fé, Renovando a Alegria. A cúpula foi realizada na Summit International School of Ministry, uma escola bíblica iniciada há 24 anos em Grantville, Pensilvânia, pelo falecido reverendo David Wilkerson – autor de best-sellers de The Cross and the Switchblade (A Cruz e o Punhal).

Gary, filho de Wilkerson, é presidente do World Challenge, uma organização sem fins lucrativos dedicada a compartilhar o Evangelho ao redor do mundo através de missões e conferências.

Então, por que uma cúpula para pastores?

“Queríamos ajudar a virar essa maré … alguns deles estão desgastados, cansados, exaustos. Isso não quer dizer que não há muita coisa que não tenha grande visão e grande esperança para o futuro, mas queremos ter certeza de que isso aconteça “, disse Wilkerson.

“E todo ministro deve acordar todas as manhãs com a alegria do Senhor com sua força e ver Deus fazendo grandes coisas em suas vidas“, explicou.

Ao participar do programa de notícias da CBN, The Global Lane, Wilkerson disse que os pastores estão deixando suas igrejas porque muitos estão queimados (exaustos). Muitos trabalham catorze, dezesseis horas por dia e encontram pouco tempo para passar com os filhos e a família. Além disso, muitos se cansaram de lidar com conflitos entre os membros da igreja.

“Eles estão cansados de lidar com dificuldades aqui na América.  Existe uma mentalidade consumista muito forte, e os pastores estão dizendo se eles disserem a verdade para alguém, essas pessoas apenas dizem ‘ei, há uma boa igreja aqui perto. Eu vou lá…  ‘e isso é muito frustrante’.“

Wilkerson disse que a visão que os membros da igreja têm para o pastor é uma tragédia.

“Os pastores são vistos como alguém que supostamente é capaz de lidar com tudo pessoalmente e não tem problemas pessoais ou problemas em sua própria alma que precisam ser nutridos, fortalecidos e transformados.”

”E as expectativas sobre os pastores são altas. Eles devem participar de todos os eventos, todas as formaturas. É difícil, em igrejas menores, tem menos membros de equipe para compartilhar o alcance do ministério. Mas Wilkerson diz que os pastores enfrentam diferentes dificuldades em igrejas maiores. Eles têm mais membros e funcionários, mas precisam ser “quase como um CEO de uma corporação com todas essas habilidades executivas indo além de algumas das habilidades pastorais bíblicas básicas”.

Em dezembro de 2017 uma outra pesquisa realizada pelo Instituto Schaeffer, dos Estados Unidos, chegou a revelar que 70% dos pastores lutam constantemente com a depressão, e 71% estão “esgotados” física e mentalmente.

Ainda de acordo com esta pesquisa, 80% dos pastores acreditam que o ministério pastoral afeta negativamente suas famílias e 70% dizem não ter um amigo próximo.

Suicídios de pastores

Assim como o número geral de suicídios, os casos com vítimas que lideram igrejas também têm a depressão como principal causa. Além da doença, fatores como traições ministeriais, baixos salários, isolamento, falta de amigos e problemas conjugais também foram registrados.

Ainda que o motivo dessas mortes não tenha sido revelado por suas famílias, os números cada vez maiores de pastores que cometem suicídio têm preocupado instituições em todo o mundo.

No Brasil, quatro líderes evangélicos se suicidaram de dezembro de 2017 a fevereiro de 2018.

No começo de dezembro de 2017 pastor Ricardo Moisés , da Assembleia de Deus em Cornélio Procópio, interior do Paraná, foi encontrado morto na casa onde morava com sua esposa e filhos no fundo da igreja.

Na mesma semana o pastor Júlio Cesar, que já foi presidente da Assembleia de Deus em Araruama, também foi encontrado morto em sua casa, localizada na Região dos Lagos no Rio de Janeiro.

No final de dezembro outros dois casos repercutiram na imprensa, a morte do presbítero João Luiz Tavares, da Igreja Assembleia de Deus em Iguaba Grande, na Região dos Lagos (RJ) e a morte da pastora Lucimari, da Igreja do Evangelho Quadrangular de Criciúma, Santa Catarina.

Em fevereiro deste ano, o pastor Gilson Genário Rodrigues, da Igreja Assembleia de Deus Ministério Rio Comprido, na cidade de Espera Feliz em Minas Gerais, foi encontrado sem vida com uma corda no pescoço, o que indica que ele se suicidou. Além de pastor, Rodrigues era dono de uma fábrica de móveis na cidade.

Embora as pesquisas citadas tenham sido realizadas nos Estados Unidos, no Brasil não é muito diferente e isso se comprava com os recentes casos citados, de suicídios. A exaustão e pressão pastoral é muito forte, onde muitos deles tem vivido sob calmantes e infelizmente ouve registros de alguns que cometeram suicídio.

Que cada cristão ore a Deus pela saúde, física e emocional de seu pastor. Ore para sua família e deixe de critica-lo, pois ele também é humano e necessita ser tratado com amor e respeito.

Fonte: CBN News, Portal PADOM e JM Notícia

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