O prefeito da Congregação para o Clero e arcebispo emérito de São Paulo, Dom Cláudio Hummes, afirmou ontem que os padres que cometem o crime de pedofilia “não representam a Igreja, mas são a vergonha da Igreja”.

Hummes, em um encontro com o conselho diretivo da associação católica internacional Tu es Petrus, da província italiana de Salerno, defendeu também que para cada um sacerdote pedófilo “há outros centenas que, em cada rincão do mundo, anunciam fielmente o Evangelho de Cristo, consolam os necessitados e amam o próximo”.

No início do ano, referindo-se aos casos denunciados na Irlanda, o cardeal brasileiro qualificou o episódio como “um fato dolorosíssimo”, considerando que tais crimes eram atos “gravíssimos, delituosos, que a Igreja não pode tolerar nunca, em nenhum caso”.

Na época, Dom Cláudio Hummes já havia ressaltado que, por outro lado, a “grande maioria dos sacerdotes no mundo é digna, empenhada em seu ministério, pronta a dedicar toda a vida ao Evangelho”.

Recentemente, ao participar dos atos de encerramento do Ano Sacerdotal, ele também invocou o perdão para todos os sacerdotes, “também para aqueles perdidos”.

Desde o início do ano, o Vaticano tem sido atingido pela divulgação de casos de pedofilia em várias partes do mundo — incluindo o Brasil. Além dos representantes da Cúria Romana, também o papa Bento XVI tem se pronunciado sobre os episódios.

Além de publicar uma carta destinada aos fiéis irlandeses, o Pontífice expressou a “vergonha” da Santa Sé frente a essas acusações, lamentou as violações e ainda se reuniu com um grupo de vítimas, em sua viagem a Malta — realizada em abril passado.

Fonte: Ansa

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