Duas igrejas cristãs de Kuala Lumpur foram atacadas à bomba neste domingo, o que aumenta para seis o número de incidentes como este na Malásia desde que uma decisão judicial permitiu o uso do termo “Alá” também aos que não são muçulmanos.

Um coquetel molotov foi atirado na parede de uma igreja na cidade de Taiping, mas ninguém ficou ferido. Na mesma localidade, uma igreja católica foi atingida por uma garrafa de querosene, mas o artefato não explodiu.

No sábado, um templo luterano foi alvo de ataques. Na sexta, uma igreja protestante foi incendiada, e outras duas tiveram danos materiais.

O premiê da Malásia, Najhib Razak, pediu segurança reforçada nos locais para encerrar esta onda de ataques que, na sua opinião, colocam em risco a “harmonia racial”.

Depois das orações de sexta, milhares de pessoas foram à principal mesquita de Kuala Lumpur para pedir que seja proibida a citação a Alá aos não-muçulmanos.

Há dois anos, por conta de um artigo na revista “The Harald”, as autoridades malaias proibiram que Alá fosse comparado a Deus por aqueles que não fossem muçulmanos. A publicação teve sua licença cassada.

Ao argumentar que “Alá” deve ser um termo exclusivo para os seguidores do Islã para evitar confusões, o Ministério de Assuntos Religiosos apreendeu centenas de bíblias no idioma malaio que não mencionavam isso.

Em novembro, “The Harald” voltou a funcionar e iniciou uma batalha legal para que Alá pudesse ser sinônimo da palavra “Deus” aos cristãos.

A legislação da Malásia proíbe o proselitismo entre os muçulmanos –que são 60% do total de 29 milhões de habitantes– embora autorize a liberdade de culto.

Cerca de 2,5 milhões de cristãos, em sua maioria protestantes, vivem no país, que também conta com minorias de religião budista e hindu.

Fonte: Folha Online

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