Especial de Natal do grupo de humor Porta dos Fundos no Netflix, debocha da fé cristã
Especial de Natal do grupo de humor Porta dos Fundos no Netflix, debocha da fé cristã

O deputado federal Eduardo Bolsonaro criticou hoje o Especial de Natal do Porta dos Fundos “A Primeira Tentação de Cristo” lançado esse fim de semana na Netflix. Ele apontou o fato do filme trazer um “Jesus Cristo gay” e que se recusa “a pregar a palavra de Deus”.

“A @NetflixBrasil acaba de lançar um “Especial de Natal” onde Jesus Cristo (@gduvivier) é gay e tem relações com @FabioPorchat, além de se recusar a pregar a palavra de Deus”, escreveu.

“Somos a favor da liberdade de expressão, mas vale a pena atacar a fé de 86% da população? Fica a reflexão”, completou.

O texto vem acompanhado de imagens de capa do filme com a mensagem “Netflix ataca cristãos”.

Cancelar Netflix

Por “desrespeito a Jesus Cristo”, o bispo da Diocese de Palmares (PE), Dom Henrique Soares da Costa, pediu que fiéis cancelem a assinatura da Netflix, em post publicado em seu perfil no Facebook. O problema é um especial de Natal do Porta dos Fundos.

O bispo reclama que a plataforma de streaming deu um “bofetão no rosto de todos os cristãos” depois de exibir em seu catálogo um especial de Natal “vulgar e desrespeitoso para com o nosso Deus”.

Embora não cite nomes, o bispo se refere ao especial “A Primeira Tentação de Cristo”, em que Jesus (Gregório Duvivier) está prestes a completar 30 anos, e é surpreendido com uma festa de aniversário quando voltava do deserto acompanhado do namorado, Orlando (Fábio Porchat).

“Em pleno tempo de preparação para o Natal do Senhor, a Netflix deu um bofetão no rosto de todos os cristãos, cuspiu na nossa cara, zombando da nossa fé. Imaginem um filme debochado e desrespeitoso ao extremo com alguém a quem você ama. Como reagir? O ideal seria uma ação judicial. Mas, com a desculpa de liberdade de expressão, todo lixo é permitido, todo sarcasmo para com a fé alheia e louvado, tudo quanto trinca e corrói os alicerces da nossa cultura e da nossa sociedade é reputado como avanço e progresso…”, escreveu.

“Então, como Bispo da Igreja, eu exorto vivamente aos cristãos: neste Natal, proclame seu amor, sua fé, seu respeito em relação a Nosso Senhor Jesus Cristo; mostre que seu amor por Ele é real e ativo: cancele a assinatura da Netflix e lá, no menu apropriado, explique o motivo: “desrespeito por Jesus Cristo”, completou.

Afronta a fé cristã

Já a OAB – Seccional da Paraíba, repudiou o grupo Porta dos Fundos por afronta a fé cristã.

Para Ordem dos Advogados do Brasil, ” liberdade de pensamento e de expressão não podem ser usadas para o vilipêndio de um dos valores mais caros para a sociedade como é a religião e, ao apresentar a vida de Jesus Cristo da maneira que está encartada no filme ofende diretamente o sentimento de, aproximadamente, 124 milhões de brasileiros.”

Leia a íntegra da nota da OAB-PB abaixo:

A Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional da Paraíba (OAB-PB), por sua Comissão de Direito e Liberdade Religiosa, juntamente com o Fórum Diversidade Religiosa – Paraíba e a Coordenadoria de Crimes de Intolerância Religiosa da Defensoria Pública do Estado, vem perante a sociedade repudiar o que entendemos como uma afronta a fé cristã no filme apresentado pelo grupo Porta dos Fundos, entabulado “Especial de Natal Porta dos Fundos 2019: A Primeira Tentação de Cristo”.

A liberdade de pensamento e de expressão não podem ser usadas para o vilipêndio de um dos valores mais caros para a sociedade como é a religião e, ao apresentar a vida de Jesus Cristo da maneira que está encartada no filme ofende diretamente o sentimento de, aproximadamente, 124 milhões de brasileiros, bem como um número indefinido de devotos de outras religiões que foram ofendidos em trabalhos anteriores do grupo.

Entendemos, também, que nenhum direito fundamental é absoluto e que a a mesma liberdade de expressão não pode ser usada como escusa para práticas desta natureza, pois ao abonar condutas assim amesquinha-se o valor das crenças humanas ao mesmo tempo que abona o que é um claro vilipêndio e escárnio religioso.

Aguardamos que as autoridades competentes tomem as providências que o caso requer, e na medida que a afronta exige, na mesma senda que esperamos que os autores desta violência reflitam a respeito de seus atos, reconhecendo o próprio erro, da maneira mais humilde possível, e façam um reencontro com o seu ofício, e que possam promover humor genuíno como uma maneira de trazer alegria para seus espectadores.

Paulo Antônio Maia e Silva Presidente da OAB -PB

Franklin Smith Carreira Soares (presidente da Comissão de Direito e Liberdade Religiosa),

Paulo de Assis Ferreira da Luz (Presidente da Comissão de Estudos e Defesa dos Direitos dos Autistas);

Yasmin Oliveira de Mendonça (Presidente da Comissão da Jovem Advocacia);

Klêrysthon de Andrade Carolino (Presidente da Comissão de Combate a Violência Homofóbica e Transfóbica;

Elisa Peixoto de Macedo (Presidente da Comissão de República e Democracia)

Arthur Nóbrega Gadelha (Presidente da Comissão de Fiscalização do Exercício Profissional)

Leilane Soares de Lima (Presidente da Comissão de Direitos Humanos)

Allyson Fortuna (Presidente da Comissão de Prerrogativas dos Advogados)

Magda Schultz Lisboa (Presidente da Comissão de Ação Social )

Saulo Gimenez Ferreira Ribeiro (coordenador geral do Fórum Diversidade Religiosa – Paraíba)

Lycia Maria Pereira do Nascimento (Coordenadoria de Diversidade Religiosa – Defensoria Pública do Estado da Paraíba)

Wisllene Mª Nayane P. Da Silva
(Presidente da Comissão de Justiça Cível)

O filme

Em síntese, o filme conta que ao regressar de uma viagem de 40 dias pelo deserto, Jesus é surpreendido com uma festa de aniversário para celebrar os seus 30 anos. A certa altura, seus pais, Maria e José, revelam que ele foi adotado e que seu verdadeiro pai é Deus. Um dos convidados para a festa é uma prostituta chamada Telma, provavelmente fazendo menção à Maria Magdalena.

No filme, os pais de Jesus (Gregório Duvivier), José (Rafael Portugal) e Maria (Evelying Castro), são retratados como corno e maconheira. Jesus tem o estereótipo de um estudante universitário militante gay de esquerda e fã de boy bands, que tem um relacionamento amoroso com Orlando (Fábio Porchat). Durante o desenrolar do filme, Deus Pai (Antonio Tabet) é apresentado como um “tarado”. Deus dá a missão à Jesus para espalhar sua palavra pelo mundo. No entanto, o Jesus do filme escolhe a vida de um típico jovem esquerdista, longe de responsabilidades e do trabalho.

No ano passado, o grupo Porta dos Fundos também mostrou sua acidez profana contra os cristãos em seu especial de Natal “Se Beber, Não Ceie”. A sátira copiou o enredo de “Se Beber, Não Case!”, mostrando os apóstolos de Cristo depois de uma ressaca pós-a Última Ceia da Páscoa, percebendo que Jesus havia desaparecido.

Fonte: UOL e Paraíba online

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