Conferência Episcopal da Venezuela foi marcada pelo interesse dos partidos políticos.
A Igreja Católica mostrou esta semana que continua com forte influência na vida política venezuelana. Enquanto o governo de Hugo Chávez aproveitou a 98º Assembleia da CEV (Conferência Episcopal da Venezuela) para se reaproximar das lideranças católicas, enviando na terça-feira (10/07) uma comitiva composta pelo vice-presidente, Elías Jaua, e mais dois ministros de Estado, o candidato oposicionista Henrique Capriles Radonski seguiu o mesmo caminho e tratou de fazer uma visita aos bispos do país nesta quarta-feira (11/07) pela manhã.
Segundo a própria assessoria da conferência, há mais de seis anos o governo venezuelano não enviava representante à reunião bianual dos bispos. As relações entre Igreja Católica e governo venezuelano estavam estremecidas desde o golpe de Estado de 2002, que foi fortemente apoiado por lideranças religiosas do país. No início desde ano, Chávez falou por telefone com o presidente do episcopado venezuelano, monsenhor Diego Padrón, de quem ouviu desejos de melhoras em sua luta contra o câncer.
“Creio que se abre um novo capítulo na relação entre a Igreja Católica e o governo venezuelano”, afirmou a ministra Maria Pili Hernández. Durante coletiva de imprensa, o vice-presidente Elias Jaua recebeu um telefonema de Chávez, que cumprimentou o presidente da CEV e planejou um encontro pessoal com o líder católico.
O vice-presidente afirmou que as autoridades eclesiásticas manifestaram sua preocupação com vários temas, dentre eles, “a insegurança e a violência criminal, o problema carcerário e o narcotráfico”, disse Jaua, que chamou a Igreja a trabalhar de maneira conjunta com o governo.
[b]Aniversariante[/b]
Completando 40 anos nesta quarta-feira e também presente no encontro, o candidato da oposição Henrique Capriles Radonski ofereceu uma coletiva de imprensa logo após reunir-se com os bispos. Radonski fez questão de demonstrar sua veia religiosa por várias vezes, declarando-se “cristão, católico e mariano”, mas não esqueceu de atacar o governo, deixando claro que vai bater na tecla do tema “violência” nessas eleições.
“Conversamos sobre o problema da violência, do narcotráfico e sobre o desenvolvimento da campanha eleitoral”, disse. “Pedimos que não exista violência política, que a campanha possa se desenvolver naturalmente”, disse, referindo-se a um confronto entre seus seguidores e partidários chavistas este final de semana.
Referindo-se ao fato de Chávez não comparecer pessoalmente ao encontro, Radonski afirmou que veio falar com os bispos “pessoalmente” e que não é “pessoa de enviar emissário”. “Espero que proximamente possa visitá-los como presidente e que possa inaugurar uma etapa diferente entre a relação de governo e Igreja”, disse.
O oposicionista aproveitou para agradecer as manifestações de afeto dos seus eleitores pelo seu aniversário. “Muitíssimo obrigado. As mensagens de tantos venezuelanos são o melhor presente que posso receber”, disse, para concluir: “sempre com Deus guiando meu caminho”.
[b]Fonte: Opera Mundi[/b]