Imagem de uma livraria (Foto: Canva Pro)
Imagem de uma livraria (Foto: Canva Pro)

Uma livraria no centro de Lausanne, sul da Suíça, está sendo denunciada por homofobia e proselitismo por comercializar literatura cristã.

A ira sobre a empresa vem de um político local, foi à imprensa denunciar dois livros que encontrou nas prateleiras de uma livraria evangélica no centro da cidade.

Benôit Gaillard, vereador e candidato federal pelo Partido Social Democrático (PS), argumentou que as ideias expressas nessas obras, poderiam ter consequências penais para a pequena empresa.

Gaillard procurou um dos veículos de mídia mais lidos no país dizendo que tais conteúdos “homofóbicos” podem cair na categoria anti-homofobia da lei penal, votada em referendo em fevereiro de 2020.

Em artigo publicado no jornal sensacionalista Blick, ele escreveu que “a homofobia é comum no centro de Lausanne”.

No texto, denuncia o negócio cristão, uma livraria-café onde também está disponível literatura geral, além de oferecer espaços para ‘coworking’.

Após fazer uma selfie em frente à livraria com os dois livros que denuncia, o político disse os livros “comparam a homossexualidade a uma doença e promovem abertamente as chamadas terapias de conversão”.

“Doutrinação” e “agenda política”

A livraria cristã em Lausanne é de propriedade de uma igreja evangélica que faz parte da rede C3 Church Global. A igreja C3 em Lausanne é membro da Aliança Evangélica Suíça na área de idioma francês.

O político está denunciando que o “movimento evangélico” ao redor do mundo está utilizando “novas tecnologias e plataformas usadas pelos jovens para atrair novos seguidores”.

O autor do artigo do Blick menciona que o belo design da livraria é considerado ainda mais impressionante do que o da Starbucks. No entanto, isso também parece ser um problema para Gaillard. Há alguns anos, o mesmo local abrigava outra livraria, ligada a uma histórica igreja protestante, com um estilo mais tradicional e aparentemente com livros menos polêmicos.

O Partido Socialista de Gaillard lidera o governo de Lausanne e ele disse esperar que o executivo tome uma atitude.

“Gostaria que a autarquia esclarecesse a sua política nesta área, porque já tivemos de lidar com pregações homofóbicas no espaço público em 2018”, disse ao Blick. “Agora há uma lei clara”, e “foi ultrapassada uma linha vermelha” que deve ser “condenada” porque “comparar a homossexualidade a uma doença incurável é crime”.

Gaillard disse respeitar a liberdade religiosa, mas acrescentou que “essas igrejas evangélicas estão organizadas como multinacionais, têm uma agenda política – apoiam Trump nos Estados Unidos e Bolsonaro no Brasil – e montaram estratégias imobiliárias, comerciais e de comunicação. As autoridades olham para o outro lado, falham em impedir a doutrinação sectária e não percebem o que estão tolerando”.

Responsável pela política LGBTIQ+ em Lausanne, o vereador municipal deu a sua opinião sobre o caso: “A polícia de Lausanne está muito atenta aos delitos homofóbicos e tem uma plataforma de denúncias e uma unidade especial para apoiar as vítimas e aconselhá-las”.

‘Não escondemos que somos cristãos’

Os administradores da livraria, ao serem contatados pelo Blick, afirmaram que os dois livros denunciados pelo vereador foram removidos de circulação. Eles esclareceram que não concordam com a visão de que a homossexualidade seja uma doença e enfatizaram que demonstram “respeito” a todas as pessoas, independentemente de sua sexualidade ou escolhas de vida.

“O nosso objetivo não é promover a igreja através do café-biblioteca, mas sim perpetuar uma livraria cristã neste local, ao serviço de todos os interessados”, afirmaram.

“Não estamos de forma alguma escondendo o fato de que esta é uma livraria cristã. De fato, este lugar é uma livraria cristã há décadas e é conhecido como tal”.

Outras empresas pertencentes a cristãos também estão sofrendo ataques nos últimos na Suíça.

Um boicote de grande repercussão foi o caso da chocolatier Läderach, que teve seu principal contrato com uma companhia aérea suíça rescindido por pressão de grupos LGBT.

As lojas físicas da empresa foram atacadas por causa do apoio do proprietário à Marcha pela Vida anual.

Fonte: Guia-me com informações de Evangelical Focus

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