O debate do pastor Silas Malafaia com a jornalista Marília Gabriela no programa “De Frente com Gabi”, ontem, gerou muitas manifestações de apoio e também críticas a ambos os lados.

Em redes sociais como Facebook ficou evidente como o assunto provoca um debate acalorado toda vez que é mencionado. A afirmação do líder religioso que “ama os homossexuais como ama os bandidos”, gerou críticas de políticos. No Twitter, o assunto foi o mais comentado do Brasil na noite de ontem.

Um dos expoentes do movimento GLBT no Brasil, o deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ), usou seu perfil no Facebook para classificar o líder da Igreja Assembleia de Deus Vitória em Cristo de “semeador de ódio” e “falso profeta”. Em seguida publicou “Levantai-vos mulheres e homens das ciências! Não se calem ante a estupidez fundamentalista e o cinismo dos exploradores comercias da fé! Juntem-se a nós no enfrentamento dessa estupidez: ela ameaça a própria ciência!”.

O parlamentar que já teve outros embates públicos com Malafaia, questionou a “importância” do pastor. O problema, em sua opinião, é o fato de Silas ter programas de TV: “Gostaria de poder ignorar o mentiroso contumaz e falso profeta… Mas não posso: preciso saber quais as mentiras para poder desmascara-las. Se esse vendilhão do templo homofóbico e semeador de ódio não tivesse horário na tevê aberta nem falasse à grande mídia, poderia ignorá-lo. Muita gente com preconceitos arraigados e presa a dogmas religiosos vira terra fértil para as mentiras e o ódio que o vendilhão semeia…”.

Por outro lado, a ex-funkeira Perlla, hoje cantora gospel, disse ter se emocionado com o programa. “A Marília Gabriela está quase chorando já. Pastor Silas Malafaia só na palavra. Meu Deus. Demais! Me espelho muito”, escreveu ela no Twitter. Mas foi questionada pela apresentadora Adriane Galisteu pelo microblog.

“Você odeia homossexuais igual ao Malafaia, Perlla?”, questionou. Perlla não respondeu.

O programa abordou vários tópicos que envolvem a vida do pastor, em especial a reportagem da Revista Forbes que o coloca como o terceiro pastor mais rico do Brasil, possuindo patrimônio de US$ 150 milhões. Também falou-se sobre a postura dele frente à causa gay.

“Eu não acredito que dois homens e duas mulheres tenham a capacidade de criar um ser humano” e “Se tiver pastor homossexual, ele perde o cargo”, foram algumas de suas colocações veementes.

[b]‘Ninguém nasce gay’, afirma Malafaia[/b]

Em uma tão esperada e polêmica entrevista com Marília Gabriela, o pastor Silas Malafaia “encheu a boca” e falou sobre os princípios bíblicos que defende, abordando a questão da homossexualidade e, como piscólogo, ele reafirmou que a homossexualidade é comportamento.

“Ninguém nasce gay, não existe ordem cromossômica homossexual. Não existe gene homossexual, existe ordem cromossômica de macho e fêmea”, disse ele.

Silas Malafaia ainda definiu “um homem e uma mulher por determinação genética e homossexual por preferência aprendida ou imposta”.

“Se um gêmeo é ‘hétero’ o outro teria que ser ‘hétero’, se um gêmeo é homossexual então o outro teria que ser homossexual”, afirmou ele, para ressaltar que a homossexualidade não é determinada geneticamente.

“Então em primeiro lugar, o homossexualismo é comportamento”, reafirmou ele.

Silas Malafaia citou ainda dados de uma pesquisa que diz que “46% dos homossexuais foram violados, violentados quando crianças ou adolescentes, e 54% escolheram ser.”

Apesar de não haver mencionado, o líder evangélico pareceu referir-se à uma pesquisa americana chamada “Dados Comparativos de Abusos Sexuais na Infância e na Adolescência em Pessoas Heterossexuais e Homossexuais” por Tomeo, Templer, Anderson e Kotler.

Entretanto, a questão com ele não se trata apenas de definir que a homossexualidade seja um comportamento, mas sim o fato de que os ativistas da causa LGBT requerem por direitos, dos quais ele não concorda.

[img align=right width=300]http://images.christianpost.com/portugues/middle/54838/silas-malafaia.jpg[/img]“Eles querem seus direitos em detrimento da coletividade”, afirmou ele, apontando os artigos da PLC 122 que vão contra os artigos da Constituição.

De acordo com o polêmico televangelista, a lei está igual para qualquer um seja ele homossexual ou não.

“Se eu tomar um tapa na cara, é igual que se um homossexual tomar um tapa na cara. Se alguém me xingar, a lei tá igualzinha para eles, se alguém xingar eles.”

Em sua igreja, Silas confirmou que há homossexuais, mas que são aqueles que procuram por uma saída ou que já deixaram a prática da homossexualidade.

Segundo ele, se houver pastor homossexual é passível de ser excluído da congregação, de acordo com princípios bíblicos.

“Se um pastor tiver um caso de homossexualismo ele perde o cargo de pastor, se um pastor for solteiro e tiver uma relação sexual com qualquer uma, ele perderá o cargo.”

Silas também respondeu à questão do julgamento de homem para homem, como um ato herético apontado por Marília Gabriela.

Segundo ele, a autoridade, da qual ele esclareceu ser da Bíblia, não é para julgar ao outro, mas é para condenar o pecado.

“Jesus falou mais sobre o inferno do que sobre o céu nos Evangelhos. ‘Por quê?’ Para mostrar o perigo que é ele e para quem vai para lá”, afirmou.

“A Bíblia define o que é pecado. Eu não estou aqui para acusar A, B ou C, mas estou aqui para condenar o pecado.”

E ressaltou: “a homossexualidade, o adultério, a prostituição são pecados claríssimos à luz da Bíblia.”

Para concluir a questão, Silas Malafaia disse que ama os homossexuais como qualquer outro pessoa da qual ele discorde de suas práticas.

“A mãe de um bandido vai na cadeia, o filho é assassino (…). Ela o ama profundamente. Agora pergunta se ela concorda com aquilo. Concordar com uma prática é uma coisa, amar a pessoa é outra. Eu amo os homossexuais, mas discordo 100% deles.”

[b]Fonte: Gospel Prime e The Christian Post[/b]

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