Um grupo que reúne escolas construtivistas de elite em São Paulo, Rio e Minas divulgou carta ao ministro da Educação, Ricardo Vélez Rodriguez, pedindo que ele “não permita que o País entre numa rota de retrocesso”.
O texto diz que as declarações de Rodriguez até agora “deixam a desejar” e enfatiza que, “com tanto lastro intelectual, é difícil acreditar que V. Exa considere a Escola sem Partido ‘providência fundamental'”, como o novo ministro citou em texto em seu blog na internet.
“Afinal, é um grupo de amadores, que carece de saberes básicos sobre educação, e que divulga fantasias sobre influência de partidos políticos sobre estudantes dentro de escolas de Ensino Fundamental e Médio”, continua a carta.
Para o grupo, as ideias do novo governo não são articuladas com as pedagogias contemporâneas, “discutidas e estudadas em todos os países do mundo que se preocupam com formar gerações que consigam interpretar a realidade, em sua complexidade, para lidar com as transformações radicais decorrentes do mundo digital.”
A carta também defende o Enem atual, dizendo que ele é feito por professores que tentam ligar o conhecimento a diversos contextos, “que é o que se busca hoje na educação escolar”. Ontem, Eduardo Bolsonaro voltou a criticar a prova e dizer que ela não pode perguntar sobre feminismo, por exemplo.
A carta também vai radicalmente contra o argumento de Rodriguez e do presidente de que as escolas estão tomadas por ideias marxistas. “São muitas e complexas as razões que trouxeram a Educação Básica aos péssimos resultados que se repetem há alguns anos. Mas, certamente, entre as muitas principais delas, não estão ideologias de esquerda.”.
Fazem parte do grupo que assina o manifesto a Escola da Vila, na zona oeste, e Escola Viva, na zona sul, ambas de São Paulo, a Escola Parque, que fica na Barra da Tijuca e na Gávea, no Rio de Janeiro. As outras escolas são de Belo Horizonte (MG), Balão Vermelho e Colégio Mangabeiras Parque.
Fonte: UOL Educação