Uma estátua do missionário espanhol Junípero Serra, na ilha de Mallorca, foi pichada com a inscrição “racista”, no âmbito de manifestações antirracistas mundiais, segundo um fotógrafo da AFP.
Duas outras estátuas deste franciscano já foram vandalizadas nos Estados Unidos. Uma na sexta-feira, em San Francisco, e a outra no sábado, em Los Angeles, durante protestos na Califórnia e em todo o país para denunciar o racismo, após a morte do afro-americano George Floyd sufocado por um policial em maio.
Em Palma, na ilha mediterrânea de Mallorca, onde nasceu o padre do século 18, a base de sua estátua apareceu com a pichação em vermelho, hoje.
Junípero Serra, que morreu em 1784, fundou algumas das primeiras missões católicas na Califórnia. Sua canonização pelo papa em 2015 foi amplamente criticada, especialmente por americanos que o consideram assassino de seu povo e cultura.
“Estamos trabalhando com as autoridades americanas, tentando reduzir a pressão e a tensão”, disse a ministra das Relações Exteriores da Espanha, Arancha González Laya, nesta segunda-feira, em reação à vandalização das duas estátuas nos Estados Unidos.
A ministra pediu ainda que “melhore o conhecimento nos Estados Unidos do legado hispânico neste país”.
A prefeita de Barcelona, na Catalunha (noroeste da Espanha), Ada Colau, defendeu na semana passada uma contextualização crítica da estátua de Cristóvão Colombo, com uma explicação em torno do monumento dessa outra figura da conquista da América, conforme exige a extrema esquerda local há vários anos.
Em uma ação mais radical, a cidade de São Francisco removeu na quinta-feira uma escultura do explorador exposta em seu parlamento local.
Na Europa, o movimento global que deseja rever os símbolos de um passado escravista e racista chegou especialmente à França, Reino Unido e Bélgica, onde estátuas de figuras coloniais foram atacadas nas últimas semanas.
Fonte: AFP