Há pouco mais de um mês, um grupo de estudantes fundou na Unesp de Sorocaba mais um núcleo da Aliança Bíblica Universitária Brasileira (ABUB), movimento missionário sem fins lucrativos formado por estudantes cristãos que, por intermédio de núcleos de estudo bíblico, literatura e encontros de treinamento, promove a evangelização de secundaristas, universitários e profissionais.

A ABUB é filiada à International Fellowship Evangelical Students (IFES), sigla em inglês para Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos, que reúne movimentos semelhantes em mais de 140 países. No Brasil, a IFES é formada pela ABU (Aliança Bíblica Universitária), composta de estudantes da graduação e da pós, pela ABP (Aliança Bíblica de Profissionais) e pela ABS (Aliança Bíblica de Secundaristas), composta de estudantes do ensino médio e de curso pré-vestibular.

Na Unesp de Sorocaba, o grupo é formado por cerca de 16 estudantes, que se reúnem nas noites de quinta-feira, em frente à biblioteca municipal, para orar, discutir textos bíblicos, entoar canções, trocar experiências pessoais e, dessa forma, criar novos laços de amizade e intensificar os já existentes.

Um desses estudantes é o paulistano Victor Kenzo, 23, do 9º semestre de Engenharia Ambiental. Para ele, o que une todos esses estudantes, independentes de qual igreja façam parte, é a crença num só deus. “Todos têm algo em comum. O que a gente quer é apresentar Deus para todos”, afirma ele. Segundo Raquel Baldinotti Ferreira, 21, também estudante da Engenharia Ambiental, essa é “uma forma de evangelização não careta”.

Todos esses estudantes acreditam que a universidade é um lugar onde também é possível levar os ensinamentos bíblicos. Para o mineiro Breno Garcia Carneiro, 19, que há um ano deixou Lavras para cursar Engenharia de Controle e Automação em Sorocaba, a precisão e a perfeição como as variáveis se encaixam na natureza, com as quais os cursos de engenharia lidam o tempo inteiro, só podem encontrar fundamento no sobrenatural. “A gente acredita que há algo maior. Queremos conhecer melhor o criador disso tudo, de toda essa perfeição”, afirma o estudante, maravilhado.

Fazer proselitismo, entretanto, segundo os próprios estudantes, não é o objetivo do grupo. Eles contam inclusive que algumas pessoas se chocam porque não enxergam neles os estereótipos de “pregadores da palavra de Deus” com os quais estão acostumadas e que a TV em larga medida tem ajudado a grassar.

Essas pessoas, segundo os estudantes, ainda associam a figura de Deus a igrejas, as quais ultimamente têm sido vitimadas por uma avalanche de acusações de toda sorte, de escândalos financeiros a escândalos sexuais. Júlia Martins Lunhani, 19, ex-estudante da Fatec, tenta explicar o porquê dessa surpresa por parte de alguns: “Tentamos ensinar a palavra de Deus com a nossa linguagem”.

Para Gilsandro de Oliveira, 23, o tempo em que o grupo se reúne ainda está aquém do recomendado. O estudante do 4º semestre de Engenharia Ambiental, que já coordenava um grupo de estudos bíblicos em sua cidade, Américo Brasiliense, afirma que hoje em dia as pessoas dedicam tempo demais para outras atividades que se esquecem de se encontrar com Deus. “Se pararmos para pensar, dispensamos tanto tempo do nosso dia-a-dia para outras coisas… Dedicar uma hora ou uma hora e meia por semana, como fazemos, é até muito pouco”, diz ele referindo-se à duração dos encontros.

Às pessoas que inventam mil desculpas a fim de procrastinar o encontro com Deus, Diego Mariano de Oliveira, 19, estudante do 2º semestre de Engenharia de Controle e Automação dá um recado, conforme diz, baseado em experiência pessoal: “Cedo ou tarde o caminho delas se cruzará com Ele. Se elas não chegam a Ele pelo amor, o farão pela dor”.

Fonte: Unesp

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