Depois da inesperada decisão do juiz chileno Orlando Álvarez de negar a extradição ao Peru do ex-presidente Alberto Fujimori, a Associação Evangélica Paz e Esperanza emitiu comunicado pedindo à Justiça do país vizinho que retifique a sentença.
A instituição evangélica expressou “profundo rechaço” à sentença do juiz Alvarez, alegando que ela está “completamente contrária aos parâmetros internacionais de proteção dos direitos humanos”, deixando portas abertas à impunidade. A entidade argumentou que as provas existente contra Fujimori são “demolidoras”.
Paz e Esperanza é instituição evangélica comprometida com a defesa dos direitos humanos e a luta contra a pobreza. A negativa à extradição de Alberto Fujimori “constitui uma ofensa à dignidade das vítimas e de seus familiares”, alegou, referindo-se aos que sofreram violações dos direitos humanos no governo fujimorista.
Ainda assim, manifestou confiança de que as autoridades peruanas apelem à Corte Suprema de Chile, última instância a julgar o caso.
Fujimori é requerido pela Justiça peruana por delitos de corrupção e prática de crimes de lesa humanidade durante o seu governo. Depois de renunciar ao poder via fax desde o Japão, em novembro de 2000, ele permaneceu na nação asiática até novembro de 2005, data em que viajou ao Chile, onde se encontra detido, e onde gozou de liberdade condicional de maio de 2006 a junho de 2007.
Depois de tomar conhecimento do primeiro julgamento do caso, concedendo sua extradição ao Peru, Fujimori anunciou que concorreria ao Senado japonês, valendo-se da sua cidadania nipônica, pelo Novo Partido do Povo do Japão, que vem a ser uma cisão do Partido Liberal Democrático, ora no poder. Ele tentava, assim, evadir-se do processo que teria pela frente se fosse extraditado.
O governo peruano já enviou apelação à Corte Suprema chilena.
Fonte: ALC