A legalização do aborto e das drogas se tornou pauta da campanha eleitoral em Cuiabá nas últimas semanas, por conta do documento elaborado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) – partido do candidato Lúdio Cabral – que aprova as duas práticas.

Com os temas reavivados, lideranças evangélicas de Cuiabá repudiaram a possibilidade de flexibilização da legislação.

O pastor Valmiro Alves, da Igreja Mundial do Poder de Deus, posicionou-se contrário à legalização destas práticas que, segundo ele, vão frontalmente contra os ensinamentos do Evangelho. Valmiro ressaltou, ainda, a importância social do trabalho realizado pelas igrejas no acolhimento e orientação dos dependentes químicos. “Eu sou pessoalmente contra a legalização das drogas e minha Igreja também”, reiterou.

Para o pastor José Carlos Rodrigues, da Igreja Encontro com Jesus, a legalização do aborto é inconcebível e um atentado à vida. “Eu tenho amigos cujas mães tinham pensado em abortá-los e hoje são advogados e obreiros da nossa Igreja. Imaginem se suas mães tivessem tomado uma decisão precipitada de acabar com suas vidas?”, pergunta.

Programa de Governo

Após as manifestações contrárias, Lúdio tem falado que não é a favor da legalização do aborto e das drogas. No entanto, a resolução elaborada no 2º Congresso da Juventude do PT, referendada pelo presidente nacional do partido, Rui Falcão, pode revelar incoerência do discurso do candidato petista ao cargo de prefeito de Cuiabá. O item 8 das propostas trata da legalização do aborto e das drogas.

Além disso, a coordenadora do Programa de Governo de Lúdio Cabral é uma defensora fervorosa do aborto, nem que seja feito na clandestinidade. Responsável pela redação do programa de Lúdio, Vera Bertoline é professora de Serviço Social da UFMT e chegou a ser anunciada como vice-prefeita na chapa petista.

Apesar de não fazer a defesa explícita do aborto no programa de Lúdio, em um artigo ao jornal A Gazeta do dia 1º de outubro de 2010, Vera Bertoline chama as pessoas contrárias ao aborto de fazerem parte de uma “guerrilha moral, cujo apoio tem sido encontrado entre adeptos/as da postura reacionária legalistas e moralistas (sic)”.

Depois de escrever que o aborto deve ser descriminalizado por causa dos custos que as mulheres acarretam ao SUS ao tentarem abortar sozinhas, Vera Bertoline diz ter duas contribuições a fazer ao debate sobre o aborto: (…) assistam ao documentário produzido por Carla Gallo denominado O aborto dos Outros e reflitam sobre a corajosa e desafiadora campanha pela descriminalização do aborto (2005), cujo slogan afirma: Nem papa, nem juiz, as mulheres decidem, ainda que seja na clandestinidade.

Brasileiros são contra aborto e uso de drogas ilícitas A luta pela vida é uma bandeira do povo brasileiro, é o que mostra a última pesquisa do Instituto Vox Populi, que aponta que 82% da população brasileira é contrária à liberação do aborto e a maioria esmagadora dos entrevistados, 87%, é contra a descriminalização das drogas. As únicas exceções se dão em caso de estupro ou de risco à vida da gestante, como já prevê a lei.

Mauro Mendes (PSB), líder das intenções de voto para prefeito de Cuiabá, manifestou que “se o Lúdio vangloria-se, diariamente, do alinhamento político de sua candidatura com o governo federal, ele deve assumir o ônus e o bônus de seu discurso”. Mendes já declarou seu posicionamento contrário à mudança da legislação.

[b]Fonte: O Documento[/b]

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