Ex-ateísta Ayaan Hirsi Ali (Foto: Reprodução/Instagram @ayaanhirsiali)
Ex-ateísta Ayaan Hirsi Ali (Foto: Reprodução/Instagram @ayaanhirsiali)

Ayaan Hirsi Ali, anteriormente uma figura conhecida do movimento Novo Ateísmo, expressou arrependimento por suas críticas anteriores ao cristianismo durante a conferência inaugural “Diálogos Dissidentes” em Nova York no último fim de semana.

Ali, ativista dos direitos das mulheres e escritora, retratou-se abertamente de suas afirmações anteriores de que o cristianismo era prejudicial às pessoas.

A mudança de Ali do ateísmo para a proclamação de sua fé e identidade cristãs não foi isenta de controvérsia, especialmente entre seus ex-colegas da comunidade New Atheist, que ganhou fama no início dos anos 2000 por sua posição crítica em relação à religião.

Ali anunciou no ano passado, além de sua conversão, o importante papel do cristianismo na preservação da civilização ocidental, uma visão que inicialmente atraiu até mesmo o cético Richard Dawkins, embora ele também tenha questionado a sinceridade de suas convicções cristãs. “Sério, Ayaan? Você, uma cristã? Você não é mais cristã do que eu”, respondeu Dawkins em uma carta aberta.

No entanto, em “Dissenting Dialogues”, Dawkins admitiu: “Vim aqui preparado para persuadi-la, Ayaan, de que você não é cristã. Mas acredito que você seja, embora eu ainda ache que o cristianismo seja um absurdo.

Citações do debate entre Ali-Dawkins

“Eu me arrependo de minhas críticas ao cristianismo”, confessou Ali a Freddie Sayers, editor-chefe da UnHerd e moderador do evento. Ele admitiu que a consequência de seu ceticismo em relação à fé foi um vácuo moral e cultural, percebendo agora que o cristianismo traz valores de uma forma que é benéfica para o indivíduo e para a sociedade.

“É importante que o cristianismo seja absolutamente necessário para a próxima geração, com a qual falhamos ao tirar essa estrutura moral e dizer a eles que é um absurdo e uma mentira. Nós os desprotegemos das forças externas que atacam seus corações, mentes e almas”, disse ele.

Ela explicou que costumava viver “em um lugar onde ‘não há nada’. E quando você aceita que há algo, pelo menos no meu caso, você descobre uma entidade poderosa, o Deus que mudou tudo para mim”.

Ali disse a Dawkins: “Como você, eu zombava da fé em geral e do cristianismo em particular, mas não faço mais isso. (…) Eu me ajoelhei para dizer: ‘Sou cristão’. Eu me ajoelhei para dizer que as pessoas que sempre tiveram fé têm algo que nós, que perdemos a fé, não temos.”

Dawkins respondeu que o cristianismo é “obcecado pelo pecado”, ao que Ali respondeu: “Acho que o cristianismo é realmente obcecado pelo amor”.

A conversa também abordou as implicações mais amplas da crença religiosa na sociedade. Tanto Ali quanto Dawkins concordaram com os aspectos problemáticos do Islã, que Dawkins descreveu como uma “religião desagradável”. Dawkins, que recentemente disse que se identifica como um cristão cultural apesar de suas críticas ao cristianismo, defendeu a ideia de assumir as crenças cristãs como um “vírus mais suave” para neutralizar as ideologias mais prejudiciais presentes em outros movimentos religiosos.

Folha Gospel com informações de Evangelical Focus

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