Na sentença, a juíza disse que o delegado demonstram desprezo e total ausência de respeito pela religião muçulmana.

A Justiça condenou o ex-delegado Raul Oliveira Dias Alves a um ano e 11 meses de detenção por crime de injúria racial. Alves foi condenado por ter ofendido Grasiela Panizzon em uma padaria do Recreio dos Bandeirantes (zona oeste do Rio) porque ela vestia a burca, véu característico da cultura muçulmana.

Segundo o Tribunal de Justiça do Rio, Alves fez uma série de comentários preconceituosos sobre religião e raça para Grasiela. Entre outras coisas, teria dito que era um absurdo a forma como as islâmicas se vestiam.

A seguir, pegando um pano, simulou usar uma burca e chamou a mulher de ‘palhaça’, por estar vestida daquela forma. Afirmou ainda, em tom de deboche, que Grasiela deveria ser um braço do Iraque no país.

Em sua defesa, o ex-delegado afirmou que tem ‘certa aversão ao Irã e ao Iraque’ porque perdeu um parente que serviu pelos EUA na Guerra do Golfo.

A juíza Andréa Fortuna Teixeira substituiu a pena privativa de liberdade por duas restritivas de direito, consistentes na prestação de serviços à comunidade, a uma entidade assistencial, hospitalar ou escolar, e limitações no fim de semana, que ainda serão definidas pelo juiz da Vara de Execuções Penais.

Na sentença, a juíza disse que o acusado tentou apresentar justificativas para a sua conduta que demonstram o seu desprezo e total ausência de respeito pela religião muçulmana.

[b]Fonte: Folha Online[/b]

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