Mais de 100 ex-líderes mundiais e políticos fizeram um apelo nesta quarta-feira para uma ação urgente que acabe com o conflito árabe-israelense, alertando para o fato de o Oriente Médio estar diante de sua “pior crise em anos”.

Numa declaração divulgada pelo International Crisis Group, um centro de estudos de Bruxelas, eles pediram a realização de uma conferência internacional para determinar os parâmetros de um acordo de paz abrangente e para preparar o terreno para negociações mais detalhadas.

Eles também pediram apoio para a formação do governo de unidade nacional nos territórios palestinos, onde as disputas internas levaram a uma onda de violência, além de para a retomada da assistência financeira à Autoridade Palestina e para a reedição das negociações entre líderes israelenses e palestinos.

“Todo mundo perde nesse conflito, com exceção dos extremistas do mundo inteiro, que prosperam no ódio que ele continua alimentando”, afirmaram os 135 signatários, entre eles dezenas de ex-presidentes e ex-primeiros-ministros e sete Prêmios Nobel.

“Cada dia que passa mina mais ainda as perspectivas de uma solução pacífica e permanente”, disse a declaração, assinada, entre outros, pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter e pelo arcebispo sul-africano Desmond Tutu.

As negociações de paz entre Israel e os palestinos foram interrompidas em 2000, pouco antes do início do levante palestino.

A vitória do grupo extremista Hamas nas eleições de janeiro reduziu ainda mais as esperanças de paz. Entre junho e julho, militantes em Gaza e no Líbano sequestraram três soldados israelenses, deflagrando uma ofensiva terrestre de Israel em Gaza e uma guerra israelense de 34 dias contra os militantes do Hizbollah no Líbano.

A declaração foi divulgada no mesmo momento em que a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, está viajando pelo Oriente Médio com o objetivo de reforçar a influência do presidente palestino Mahmoud Abbas, que vinha tentando formar um governo de unidade nacional que reunisse seu movimento, o Fatah, com o Hamas.

O texto do manifesto diz que os mediadores do quarteto — formado por EUA, Rússia, ONU e UE — também devem manter negociações com Israel, com a Síria e com o Líbano para discutir as bases de uma paz mais abrangente.

“Se quisermos resolver o conflito árabe-israelense, com todas as suas terríveis consequências, há a necessidade desesperada de novas idéias e da injeção de uma vontade política renovada”, afirmou o documento.

Fonte: Reuters

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