Jeremiah Wright, ex-pastor da igreja que era frequentada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse nesta quinta-feira que os “sionistas” o mantêm afastado do presidente, em referência ao setor mais nacionalista do povo judeu.

A declaração foi uma tentativa de explicar o que considerou uma interpretação equivocada de uma entrevista que concedeu na última terça-feira ao jornal “Daily Press”, quando dissera que os judeus que cercam Obama não lhe permitem que fale com o presidente.

Dois dos principais assessores do presidente americano são judeus: o chefe de gabinete (equivalente a ministro-chefe da Casa Civil no Brasil), Rahm Emanuel, e o conselheiro sênior, David Axelrod. A Casa Branca não comentou as declarações.

O reverendo parece decidido a seguir causando polêmica, mas tentou suavizar nesta quinta as palavras que proferiu há dois dias.

“Não estou falando de todos os judeus, de todo o povo da fé judaica. Estou falando dos sionistas”, afirmou Wright em entrevista à emissora de rádio por satélite Sirius.

Durante anos Obama foi membro da congregação de Wright, que batizou suas duas filhas. Mas o então pré-candidato democrata à Presidência rompeu relações com o pastor e com sua igreja depois que vieram a público vídeos com sermões inflamados de Wright –em um deles ele dizia que o 11 de Setembro foi um castigo de Deus ao país. Na terça, o pastor disse esperar que Obama volte a falar com ele quando deixar a Presidência.

Na entrevista desta quinta, Wright disse que diferentes historiadores e teólogos judeus escreveram sobre a influência que a Comissão de Assuntos Públicos Americano-Israelense (Aipac, em inglês) –o principal lobby judaico do país– tem sobre o governo dos EUA e a política da ONU (Organização das Nações Unidas).

Ele insistiu em que são grupos como esses os que não querem que Obama fale sobre o que descreveu como “extermínio étnico” em Gaza, porque isso seria anti-israelense.

Fonte: Folha Online

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