A execução de Fabianus Tibo, Marianus Riwu e Dominggus Silva, três militantes cristãos, nesta quinta-feira por um pelotão de fuzilamento na Indonésia provocou uma onda de violentos protestos no país.

os três haviam sido condenados à morte cinco anos atrás, por planejar uma série de ataques a muçulmanos durante confrontos ocorridos no distrito de Poso, na ilha indonésia de Sulawesi, em 2000. Pelo menos 70 pessoas morreram nesses ataques.

Depois do fuzilamento, centenas de pessoas protestaram tomando as ruas da ilha, que é marcada por uma acentuada divisão religiosa. Multidões saquearam lojas e atearam fogo a carros e prédios do governo.

Mas em Palu, onde aconteceram as execuções, não houve confrontos. Cristãos se reuniram em igrejas para rezar pelos três homens executados, que alegavam ser inocentes.

A execução estava marcada para o mês passado, mas foi adiada depois de um apelo feito pelo papa Bento 16 e de protestos realizados por cristãos na Indonésia.

O Vaticano voltou a se pronunciar depois do fuzilamento, descrevendo o ato como “uma derrota para a humanidade”.

A organização de direitos humanos Anistia Internacional também expressou desapontamento.

Reações

Defensores dos militantes cristãos e grupos de direitos humanos questionaram a imparcialidade do julgamento.

Líderes comunitários locais acreditam que as execuções poderão reacender a violência religiosa na região.

Antes das execuções, cerca de 4 mil soldados extras foram deslocados para Sulawesi com o objetivo de aumentar a segurança no local.

Os ataques de 2000, pelos quais os três cristãos foram executados, foram parte de uma onda de violência que deixou mais de mil mortos entre 1999 e 2001. O estopim para os confrontos foi uma briga entre gangues cristãs e muçulmanas em 1998.

Até agora, nenhum muçulmano foi condenado à morte por participar dos confrontos de Sulawesi.

Três militantes muçulmanos estão no corredor da morte, à espera de execução por terem participado dos atentados a bomba em Bali em 2002, que mataram mais de 200 pessoas.

Fuzilados

Os três católicos indonésios acusados de atos de violência contra muçulmanos foram executados nesta quinta-feira por um pelotão de fuzilamento na Indonésia.

“Eles foram executados. Seus corpos foram levados para o hospital da polícia para serem necropsiados”, informou o advogado Roy Rening, que soube da execução pelos promotores de Palú, capital da província central de Sulawesi, nas ilhas Célebes, onde os homens estavam presos.

Os executados, Fabianus Tibo, Dominggus da Silva e Marinus Riwu, três camponeses pobres, sempre negaram categoricamente as acusações de terem dirigido uma milícia perto da cidade de Poso, em uma região onde os enfrentamentos entre cristãos e muçulmanos custaram a vida de mais de mil pessoas entre 2000 e 2001.

Vaticano “entristecido” com execuções

O Vaticano disse nesta quinta-feira que está entristecido com a “dolorosa” notícia da execução de três cristãos na Indonésia, condenados por incitar atos violentos contra os muçulmanos, disse o porta-voz Federico Lombardi.

“É uma notícia triste e dolorosa. Cada vez que se aplica a pena de morte é uma derrota para a humanidade”, disse Lombardi, porta-voz do Papa Bento XVI.

Fonte: BBC Brasil e AFP

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