Em meio aos conflitos entre o exército birmanês e as forças nacionais de Mianmar, uma igreja foi totalmente incendiada afetando a vida dos cristãos daquela região.
A Igreja Batista de Thantlang, no estado de Chim, era a maior da cidade e do estado. Conforme a mídia local, ela foi reduzida a cinzas no dia 9 de junho e não deixou vítimas.
Porém, há consequências para aqueles que seguem a Cristo. De acordo com a Portas Abertas, enquanto alguns lamentam as perdas, outros questionam por que Deus permitiu que isso acontecesse.
“Uma parceira local da Portas Abertas relatou que a notícia do incêndio esmoreceu a alegria dos cristãos em Thantlang”, explicou a organização ao destacar que os fiéis estão sofrendo por falta de segurança.
O que está acontecendo em Thantlang?
Desde o golpe militar, em fevereiro de 2021, mais de 1.200 casas e 11 igrejas foram incendiadas, só na cidade de Thantlang.
A igreja que foi incendiada pelo exército birmanês contava com mais de 600 famílias em sua membresia e era conhecida como a maior igreja do estado, contando com grande prestígio na comunidade.
A maioria dos residentes da cidade de Thantlang fugiu em 2021 e agora vivem como refugiados ou deslocados internos nas áreas vizinhas. A vida que já era difícil para eles, agora ficou ainda pior.
Situação de refugiados e deslocados
Muitos moradores de Thantlang construíram abrigos temporários usando bambu, madeira e lonas. A Portas Abertas explica que estão tentando ajudar os cristãos a sair desses abrigos improvisados antes que comecem os períodos de chuvas intensas e inundações.
Zuala — nome fictício por razões de segurança — é uma cidadã de Thantlang que teve que fugir. Agora ela é mais uma refugiada em Mianmar.
“Nós trabalhamos duro, contribuímos com dinheiro e batalhamos para construir a igreja com nossas próprias mãos. Quando a vimos sendo destruída e queimada nossos corações se partiram. É doloroso”, ela compartilhou.
Kima — outro nome fictício — também é uma cristã local que fugiu de Thantlang e tem vivido como refugiada desde o golpe militar.
“Eu lembro que os soldados visitavam alguns lugares com tanta frequência que sabíamos quais seriam os próximos passos. Quando ouvimos eles se aproximando da nossa vila, juntamos o que conseguimos carregar e fugimos para a floresta”, lembrou.
Kima e a família só voltaram para casa quando os soldados foram embora. “Eles saquearam nossas casas, levaram tudo. Depois queimaram nossas casas e a igreja. Então, tivemos que fugir definitivamente. Ali não era mais seguro para nós”, lamentou.
Fonte: Guia-me com informações de Portas Abertas