Administrador judicial vai comandar os setores administrativo e financeiro. ‘Intervenção vai ser fundamental para que haja esclarecimento’, diz fiel.

Um grupo de fiéis que frequenta a Igreja Maranata no Espírito Santo disse nesta terça-feira (26), que apoia a intervenção da Justiça na igreja porque os fatos precisam ser esclarecidos. Com a determinação, um administrador judicial, que deverá ser nomeado nos próximos dias, vai comandar os setores administrativo e financeiro. Segundo o Tribunal de Justiça do estado (TJ-ES), os pastores comandarão apenas as atividades religiosas. A assessoria da Maranata informou que a instituição não vai se manifestar sobre a intervenção.

Pastores são apontados como agentes intelectuais que estariam interferindo no curso de investigações, ameaçando e intimidando testemunhas e até membros do Ministério Público e do Judiciário. A Igreja Cristã Maranata é investigada pelo MP-ES desde março de 2012, por crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, tráfico de influência, falsidade ideológica e desvio de dinheiro público.

Para o consultor imobiliário e frequentador da Igreja Maranata, Alexandre Soares, o seu compromisso é com Deus. “Quem tem me abençoado, me prosperado, me deixado de pé é o Espírito Santo de Deus, é com ele que eu tenho compromisso. Se eu mudar de igreja eu vou estar mudando de problema, porque onde tem homem tem problema”, disse Soares.

O veterinário João Oliveira também frequenta a mesma e igreja e disse que todos precisam de esclarecimentos. “A intervenção vai ser fundamental para que haja esclarecimento de tudo. A igreja precisa disso”, defendeu Oliveira.

Rosimere Santos é outra fiel que esta acompanho as notícias sobre a igreja que frequenta. “Agora vai mostrar para o povo realmente a verdade. Não tem nada para esconder”, completou a fiel.

[b]Decisão[/b]

A decisão foi proferida na última sexta-feira, mesmo dia em que quatro pastores da igreja, incluindo o presidente, foram liberados da prisão. Elson, Itamar Carlos Pimenta Coelho, Amadeu Loureiro e Gedelti Gueiros tinham sido presos dez dias antes por coagirem testemunhas.

No final do ano passado a Justiça já tinha afastado toda a cúpula da igreja, incluindo seu presidente histórico, Gedelti Gueiros. Foram os próprios pastores da Maranata que indicaram os novos administradores, comandados pelo pastor Elson Pedro dos Reis. Mas, ao longo dos últimos meses, segundo os promotores Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco), as decisões da Justiça não vinham sendo respeitadas. Os administradores afastados continuavam a se reunir e, segundo as acusações, estavam ameaçando testemunhas.

Segundo a denúncia, pelo menos 20 pessoas foram coagidas a mudarem depoimentos prestados à Justiça e sete delas chegaram a alterar suas declarações. O objetivo era impedir a apuração dos desvios praticados por membros da cúpula da igreja, que podem ter resultado em um rombo de R$ 21 milhões.

[b]Fonte: G1[/b]

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