Religiosos preparam manifestação no horário de missa de domingo, na qual bispo deverá participar e falar sobre saída de pároco de igreja em São João de Meriti.

O bispo diocesano de Caixas, Dom José Francisco Rezende Dias, deverá participar da missa de posse do novo pároco da Igreja Nossa Senhora da Glória, em São João de Meriti, no domingo, e falar sobre o afastamento do padre Claudinei Souza da Silva. Fiéis protestaram contra a medida e acusam grupo ligado ao coral e à pastorais da catequese e do batismo de ter provocado a situação após perda de regalias na igreja com mudanças feitas por Claudinei.

Segundo os religiosos insatisfeitos, o bispo esteve no bairro após o protesto de segunda-feira e pediu provas e nomes dos acusados de prejudicar Claudinei. Além disso, o bispo teria pedido compreensão e que evitassem fazer manifestações. Apesar do apelo, o religioso não convenceu os manifestantes, que preparam dois grandes protestos para as missas principais de domingo, às 7h30 e às 19h. Dom José não comentou ontem, porque participava de encontro de Bispos do Leste, segundo funcionário da diocese.

“O padre Claudinei contrariou interesses de um pequeno grupo que vem se perpetuando no poder, dentro da igreja, há cerca de 20 anos”, afirmou Lucimar Cardoso Moreira, 43 anos, que integra os protestos.

Fátima Ferreira de Lima, 39, que faz parte da Liturgia da igreja, disse ontem que Dom José está preocupado com os protestos e quer evitar que a igreja fique dividida na região.

Andréia dos Anjos Andrade, 34, que também participou das manifestações, disse que se afastou da Pastoral do Dízimo por não concordar com o rumo que a igreja está tomando. “A gente dá o dízimo e todo o nosso suor, pra quê? Fizemos uma festa bonita, nos dias 13, 14 e 15, mas o coral não apareceu”, queixou-se.

Para Fátima Lima, o padre Mauro Ricardo, que assume domingo, será bem recebido pela comunidade, já que não tem culpa de nada. “Mas vamos questionar o bispo, sobre as razões das mudanças. Por que esse grupinho que se diz dono da igreja continua dando as cartas”.

Segundo os fiéis insatisfeitos, o grupo acusado ficou revoltado ao parar de prestar serviços à paróquia, após Claudinei passar a fazer licitações para obras. Procurados, os acusados se recusaram a falar.

[b]Padre defende decisão do bispo[/b]

O padre Benedito Zanóbia, que também foi afastado da Igreja Nossa Senhora da Glória, em 2009, e hoje comanda a Paróquia de São Sebastião, em Gramacho, Duque de Caxias, defendeu Dom José Francisco. “O bispo não quer prejudicar ninguém, ele quer o melhor da igreja”, disse, alegando desconhecer os motivos pelos quais o seu sucessor foi transferido.

“O bispo toma as decisões junto ao Conselho Presbiteral, que só são repassadas aos padres da paróquia durante a reunião do clero, que acontece uma vez por mês. E esse encontro só vai acontecer agora em setembro”, explicou ele.

[b]Fonte: O Dia[/b]

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