Com 13 membros titulares e o apoio de 28 parlamentares, foi instalada na 18ª Legislatura, nesta sexta-feira, 12/6, a Frente Parlamentar Evangélica.
“Somos pessoas de siglas diferentes, mas estamos enxergando algo muito maior que nos une”, afirmou o coordenador da frente, deputado Carlos Cezar (PSB).
Ele lembrou desafios que a frente enfrentou na legislatura passada, como o projeto que liberava a venda de bebida alcoólica em estádios. “Mas vários desafios surgiram nos últimos dias. Por isso entregaremos hoje à Procuradoria Geral de Justiça um documento de repúdio e pediremos, com base no artigo 208 do Código Penal, ações efetivas contra os que vilipendiaram a nossa fé”, completou Cezar, referindo-se a manifestante da Parada do Orgulho Gay que desfilou no evento, no domingo passado, personificando Jesus Cristo na cruz.
Outro tema em destaque, segundo Cezar, é a identidade de gênero. “Fiquem atento e votem contra a ideologia de gênero nos planos municipais de educação”, ele alertou aos vereadores presentes.
Além de Cezar, são membros titulares da frente os deputados Adilson Rossi (PSB), André Soares (DEM), Caio França (PSB), Celso Nascimento (PSC), Cezinha de Madureira (DEM), Coronel Telhada (PSDB), Gil Lancaster (DEM), Gilmaci Santos (PRB), Marcos Neves (PV), Marta Costa (PSD), Paulo Correa Jr. (PEN), Rodrigo Moraes (PSC) e Wellington Moura (PRB).
Para Adilson Rossi, a Frente Parlamentar Evangélica é uma das mais importantes da Casa, porque “defende um segmento da sociedade que hoje constitui 30% da população do Estado”. Ele avaliou que a frente já prestou um grande trabalho à Casa e vai se transformar na voz dos evangélicos na Assembleia. “A Igreja de Cristo tem sido afrontada por ativistas, mas não nos intimidaremos diante da pressão”, afirmou.
Para o deputado Celso Nascimento, a frente tem um grande trabalho a desenvolver, “num momento em que forças contra a família se focaram nas crianças. Se tivermos o ensino que estão propondo, teremos uma geração contaminada, que não respeitará os pais”. Ele denunciou ainda ações articuladas que visam destruir a família. “Se ela deixar de existir, será o completo caos”, completou.
Além de uma apelo à participação da mulher na política, Marta Costa defendeu o respeito à fé alheia e ao patrimônio. “Buscamos a paz e a justiça social”, disse. Referindo-se ao episódio da parada gay, ele se posicionou contra a “profanação do Evangelho, de forma desrespeitosa” e criticou o fato de “um evento de afrontas” ser patrocinado com verbas públicas.
“Vamos agir com coragem, fé e legalidade para trazer o Brasil de volta a um lugar de onde ele nunca deveria ter saído, o que só aconteceu por falta de temor a Deus”, declarou Coronel Telhada. Ele afirmou que a frente trabalhará pela manutenção de valores cristãos e rejeitou o rótulo de radicais e fascistas que é dado a alguns parlamentares.
Além de se posicionar em defesa da família e contra o “desrespeito à sociedade brasileira”, Cezinha de Madureira destacou a importância do trabalho de conscientização para que os cristãos elejam maior número de representantes nas próximas eleições. “Só conseguiremos combater algumas injustiças se tivermos o poder de voto”, observou.
Em seu terceiro mandato, Gilmaci Santos ressaltou a importância de aprovar emenda a um projeto de lei “para que se cumpra o artigo 150 da Constituição Federal, que garante que os templos são imunes à cobrança de ICMS [sobre serviços como fornecimento de água e energia elétrica]”. Segundo Gilmaci, com a aprovação dessa emenda as igrejas terão melhores condições de trabalho.
“Não consigo admitir que governos gastem recursos públicos para divulgar certos materiais e eventos enquanto faltam segurança, educação e transporte público”, protestou Rodrigo Moraes. Por sua vez, Gil Lancaster definiu-se como um soldado da frente, destacou a importância de eleger uma expressiva bancada evangélica (“hoje temos a maior bancada evangélica de todos os tempos, com 20 deputados estaduais”) e informou que mais de 40 deputados assinaram a nota de repúdio que será entregue ao Ministério Público.
Paulo Correa Jr. se disse orgulhoso da manifestação na Câmara dos Deputados que interrompeu uma sessão em plenário para que fosse feita uma oração, e afirmou que “a frente está dando os primeiros passos de uma longa caminhada”.
A defesa da família, da saúde e das ideias da fé foram definidas pelo deputado Wellington Moura como tarefas da frente. Já Luiz Fernando Teixeira afirmou que “Deus tem levantado pessoas de todas as formas, porque levantou um petista para entrar nesta frente. Defendo os direitos dos trabalhadores, mas sei a que Deus eu sirvo. Princípios cristãos são inegociáveis”.
A cerimônia de instalação da frente contou também com a participação de diversos deputados federais, entre os quais Gilberto Nascimento (PSC/SP), Luiz Lauro Filho (PSB/SP), Marcelo Aguiar (DEM/SP), Paulo Freire (PR/SP), Jefferson Campos (PSD/SP) e João Campos (PSDB/GO), presidente da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados.
[b]Fonte: Site da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo[/b]