Depois que a Igreja católica se opôs ao casamento homossexual e chegou a pedir votos para a oposição nas últimas eleições, o governo da Espanha decidiu retirar a ajuda financeira oficial à Igreja Católica no país. Conseqüentemente, a Igreja está promovendo uma campanha publicitária em que pede dinheiro aos fiéis.

A Igreja espanhola era a única da Europa financiada com verba do governo, segundo dados do Parlamento Europeu. O governo concedia por mês 11,7 milhões de euros, pouco mais de 141 milhões de euros anuais. Mas o governo do primeiro-ministro José Luis Rodríguez Zapatero decidiu cortar o orçamento, considerando-o ‘excessivo’.

O novo sistema de financiamento depende só dos fiéis. Na declaração de renda, os católicos têm a opção de marcar uma lacuna em que pedem que 0,7% dos seus impostos sejam doados à Igreja Católica. Assim sendo, a Conferência Episcopal da Espanha lançou a campanha pedindo fundos.

A cúpula da Igreja espanhola é uma das maiores críticas das políticas liberais do governo Zapatero. Em um recado lançado no fim do ano passado, os bispos e cardeais católicos lideraram uma manifestação em Madri, na qual afirmaram que a democracia espanhola corre o risco de se dissolver por causa da “cultura do laicismo radical”.

A campanha é intitulada “Por tantos, programa para a sustentação econômica da Igreja”, e nela, o clero explica as necessidades e os compromissos sociais e humanitários da instituição, principalmente fora das missas.

Outra novidade é que partir de agora, o Estado também passará a cobrar impostos que o clero jamais pagou, como o Imposto de Transmissões Patrimoniais e de Sucessões e Doações, que incide sobre cada bem móvel ou imóvel negociado em nome da Igreja.

A Conferência Episcopal deverá sustentar também a manutenção de catedrais, mosteiros e imóveis de patrimônio artístico e cultural próprios – um custo estimado em 125 milhões de euros por ano.

De acordo com o vice-secretário para assuntos econômicos da Conferência Episcopal Espanhola, Fernando Giménez Barriocanal, “a contribuição da Igreja à sociedade é evidente. A demanda de serviços religiosos é altíssima: mais de 7 milhões de católicos vão às missas cada domingo na Espanha e atendemos a mais de 2,4 milhões de pessoas em centros sociais como asilos, ambulatórios, orfanatos, centros de reabilitação ou albergues para pessoas sem-teto”.

Fonte: Rádio Vaticano

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