A principal protagonista no polêmico debate sobre o aborto deve ser a mulher grávida, defendeu o teólogo metodista Roy H. May. A discussão “tem que partir da mulher e não do embrião”, pois este é “uma vida humana potencial”, enquanto a mulher é “uma vida humana existente”, argumentou.

O teólogo norte-americano, que reside há duas décadas na Costa Rica, declarou que a sua posição não pretende “subvalorizar o embrião” e afirmou que “não é correto dizer que este é um ser humano”. “Aqueles que não acreditam no aborto crêem que a vida do embrião vale mais do que a vida da mulher”, anotou.

Em referência às diárias agressões sexuais registradas no continente, May disse que no contexto patriarcal existente a maioria dos casos de gravidez é imposta à força. “Engravidar uma mulher muitas vezes é agredi-la”, assegurou. Uma gravidez indesejada não pode representar a vontade de Deus, porque “se assim for, Deus é cruel e fomenta a injustiça”.

O teólogo destacou que a responsabilidade sobre a gravidez geralmente recai sobre a mulher. Lembrou que muitos homens não fazem uso de métodos contraceptivos, fato que não só provoca casos de gravidez indesejados, mas que faz proliferar o número de casos de mulheres infectadas pelo HIV na América Latina.

May palestrou, na terça-feira, 23, sobre o tema “O fundamento da vida”, tratando o tema do aborto. A atividade foi organizada pela Associação Educativa Teológica Evangélica, de Lima.

Fonte: ALC

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