Os pré-candidatos democratas à Presidência dos Estados Unidos, Hillary Clinton e Barack Obama, voltam a se enfrentar no dia 22 de abril, nas primárias da Pensilvânia. E, para vencer o pleito do Estado e conseguir o apoio de mais delegados, os senadores precisam conseguir o voto dos eleitores católicos.

A Pensilvânia tem cerca de 3,8 milhões de católicos, o que representa pouco mais de 30% da população do Estado. A porcentagem de democratas no local é ligeiramente maior e cresce a cada eleição. No último ano eleitoral, a Pensilvânia registrou 161 mil novos democratas.

Hillary freqüenta a Igreja Metodista e Obama é membro da Igreja Unida de Cristo (United Church of Christ), ambas protestantes. Os dois democratas apóiam a legalização do aborto, atitude rejeitada pela Igreja Católica. Nas últimas eleições gerais, em 2004, o atual presidente George W. Bush, um metodista contrário ao direito ao aborto, obteve 52% dos votos católicos contra o democrata John Kerry, católico praticante.

Neste ano, Hillary obteve o apoio dos eleitores membros da Igreja Católica em outros Estados e tem uma vantagem substancial entre essa fatia do eleitorado da Pensilvânia. Uma recente pesquisa da Universidade de Quinnipiac atribui 61% dos votos católicos à senadora, contra 35% de Obama.

Porém, alguns analistas consultados pela Associated Press acreditam que o voto dos católicos depende muito mais de outras questões, como raça, idade e classe social, do que da religião.

Obama

No entanto, Obama planeja pequenos encontros e sessões de debates com eleitores católicos nas áreas urbanas e rurais da Pensilvânia. O senador também pretende enviar e-mails e programar telefonemas de campanha para o público católico.

Os encontros de Obama irão tratar de economia, empregos e assistência médica, de acordo com o ex-parlamentar de Indiana Tim Roemer. “O objetivo é descobrir quais questões, como raça e os comentários inflamados do pastor Jeremiah Wright, atingem os católicos”, disse Roemer. “Mas nós acreditamos que os católicos não são muito diferentes da média dos eleitores”

Os cabos eleitorais de Hillary, Kathleen Kennedy Townsend e Robert F. Kennedy Jr. (filhos do falecido senador Robert F. Kennedy), escreveram uma carta para a Pensilvânia na semana passada, enfatizando as políticas da senadora com planos de saúde, hipotecas imobiliárias e custos de combustíveis.

David Leege, um professor emérito de ciência política na Universidade de Notre Dame (Indiana, EUA) explicou que uma líder mulher, forte, que consegue prevalecer “no mundo dos homens”, causa um apelo positivo em uma geração de católicas que começaram a trabalhar fora muito antes de suas vizinhas protestantes.

“Para muitas delas, Hillary é uma heroína”, completou Leege.

Fonte: Folha Online

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