Um homem não identificado foi queimado vivo próximo a uma delegacia na noite de 3 de julho, na área de Bahawalpur, Província de Punjab.
O assassinato foi cometido sob a justificativa de que o homem havia profanado um Alcorão, o livro sagrado islâmico.
Segundo Shahzeb Jillani, correspondente da BBC na Ásia, a lei de blasfêmia do Paquistão prevê pena de morte, mas a sentença raramente é cumprida.
“A área onde este linchamento ocorreu é povoada por madrassas (escolas religiosas) dirigidas por radicais ou grupos sectários”, explica a jornalista.
O vice-superintendente do distrito disse que a delegacia havia recebido uma queixa de que um homem havia queimado páginas do Alcorão. Policiais foram até o lugar, detiveram a pessoa e o trouxeram à delegacia, onde foi encarcerado.
Segundo a agência de notícias ANS, o problema começou quando um grupo de líderes religiosos anunciou por alto-falantes que o homem havia “cometido blasfêmia contra o islã”. Isso gerou um alvoroço em torno da delegacia, e as pessoas exigiam que os policiais entregassem o homem.
Os manifestantes bloquearam a rua e quebraram os portões da delegacia, atacando os oficiais presentes no recinto.
“Eu também fui ferido durante o ataque. Os 15 policiais presentes foram levados ao hospital. Antes que obtivéssemos detalhes do preso, a multidão invadiu a cela, levou o prisioneiro, jogaram gasolina nele e atearam fogo”, conta o delegado.
“Eles também incendiaram as viaturas. A desordem durou umas duas horas. Só pararam quando o corpo do homem foi completamente queimado.”
O corpo foi levado para a autópsia a fim de se descobrir a identidade do homem. Até o momento, ninguém foi procurar pelo falecido.
Este incidente aumentou o medo da minoria cristã do Paquistão de que outros acusados de blasfêmia sejam vítimas de ações extra-judiciais como esta.
[b]Fonte: ANS
Tradução: Portas Abertas Brasil[/b]