o especialista Kenneth Berding diz que seus alunos exibiam pouco conhecimento, mas hoje chega ao inaceitável.

Pelos últimos 15 anos em que Kenneth Berding tem ensinado o Novo Testamento, ele admite que seus alunos sempre tiveram pouco conhecimento sobre a Bíblia. Mas hoje, diz ele, o analfabetismo bíblico chegou a um ponto crítico.

“Toda a pesquisa indica que a aptidão bíblica na América está no mínimo histórico”, disse Berding, professor de Novo Testamento na Biola’s Talbot School of Theology, ao The Christian Post. “Minha própria experiência com calouros da faculdade de teologia nos últimos 15 anos, me faz pensar que, apesar dos estudantes de há 15 anos saberem muito pouco sobre a Bíblia ao entrar minhas aulas, os estudantes de hoje sabem ainda menos”.

Em um artigo, intitulado “A Crise da ignorância bíblica e o que o que podemos fazer sobre isso”, para a revista da Universidade Biola, Berding descreveu o problema como se fosse uma estiagem. E ele não está sendo excessivamente alarmista, afirmou.

“Os cristãos costumavam ser conhecidos como ‘o povo de um livro só’. Nós o memorizávamos, meditávamos sobre ele, conversávamos sobre ele e ensinávamos aos outros”, escreveu ele. “Nós não fazemos mais isso, e em um sentido muito real, nós estamos nos matando de inanição”.

“Se eu pareço alarmista, eu não estou sozinho. Nesses tempos, muitos de nós sequer sabemos fatos básicos sobre a Bíblia”.

[img align=left width=300]http://images.christianpost.com/portugues/middle/56332/biblia.jpg[/img]De acordo com o relatório de 2014 “The State of the Bible” elaborado pelo Grupo Barna em conjunto com a American Bible Society, a maioria dos adultos norte-americanos (81 por cento) disseram que se consideram altamente, com pouco conhecimento ou conhecimento moderado sobre a Bíblia. No entanto, menos da metade (43 por cento) foram capazes de nomear os cinco primeiros livros da Bíblia. As estatísticas são semelhantes ao relatório anterior de 2013, que também mostrou que apenas metade sabia que João Batista não era um dos 12 apóstolos.

Em sua própria experiência, um estudante, Berding lembrou, não sabia que o Saul do Novo Testamento era diferente do rei Saul no Velho Testamento. Outro estudante pensou figura do Antigo Testamento Josué era filho de uma “freira”, sem saber que “Num” era na verdade o nome do pai do personagem bíblico (nota do tradutor: Nun em inglês é freira).

O que está contribuindo para o declínio no conhecimento bíblico é a forma como os americanos veem a Bíblia, Berding acredita.

“Muitos americanos não creem na autoridade da Bíblia, isto é, eles não consideram que a Bíblia tem um chamado para as suas vidas”, lamentou. “Eles podem até cogitar que a Bíblia é importante de uma maneira genérica, mas isso está muito longe de acreditar que Deus comunicou Sua vontade através deste livro e, portanto, estão comprometendo suas ações”.

Essa pesquisa da Bíblia de 2014 constatou que, embora a maioria das pessoas possuem uma Bíblia, pouco mais de um terço (37 por cento) dos americanos lê o livro sagrado, uma vez por semana ou mais. Mais de um quarto (26 por cento) dos norte-americanos nunca leu a Bíblia.

A Bíblia é fundamental para a vida cristã, Berding reforçou, e é através deste livro que a mensagem do Evangelho – “a morte e a ressurreição de Jesus Cristo é a solução para quebrados e necessitados pecadores” – é revelada.

Assim, quando os cristãos estão desinteressados ou apenas levemente envolvidos com a Palavra de Deus, eles estão pecando, Berding declarou sem rodeios.

“Tiago, o meio-irmão de Jesus e líder da igreja em Jerusalém no primeiro século, colocou desta forma ‘Pensem nisto, pois: Quem sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado’, (Tiago 4:17)”, o professor Califórnia explicou. “Negligenciar a ler o mais precioso de todos os livros, a revelação de Deus para nós na Bíblia, é pecado”.

Os cristãos devem ler a Bíblia e lê-la com tanta frequência, que eles a conheçam bem o suficiente para pensar nela durante o dia todo, frisou.

“Eu não acredito que a maioria dos americanos percebe que seu pouco (ou nenhum) engajamento com a Bíblia é sério”, disse Berding, cujas preocupações são definidas no livro Bible Revival: Recommitting Ourseves to One Book (Reavivamento Bíblico: renovando nosso compromisso com o único livro – em tradução livre).

“Parte disso é porque eles têm respirado nas premissas pós-modernas que desconfiam de metanarrativas”.

Outras razões que contribuem para o declínio no conhecimento bíblico, listadas por ele, incluem: autossuficiência (não acreditando que não deve haver nenhuma autoridade fora de si); distrações, como redes sociais, mensagens de texto e de entretenimento; excesso de confiança injustificada (no sentido de que sabemos muito sobre a Bíblia, porque nós crescemos indo à igreja); e ser “muito ocupado”.

“Nós temos sido de certa forma hipnotizados a acreditar que não é muito importante que precisamos criar um tempo para se dedicar a ler e aprender a Bíblia”, acrescentou.

Berding teme que, embora o movimento cristão dos EUA possa parecer forte, especialmente para alguém no exterior, sua fundação está se desintegrando, em grande parte por causa da falta de engajamento e submissão à Bíblia.

“O prédio não desabou ainda, mas o próximo vento forte pode fazer o trabalho”.

[b]Fonte: The Christian Post[/b]

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