Muitas famílias perderam a renda como reflexo do isolamento social durante a pandemia de Covid-19. Em um estudo realizado pelo Data Favela e Instituto Locomotiva, no fim de março, mais de 90% das mães que vivem em comunidades disseram que teriam dificuldades para comprar comida se a quarentena durasse mais de 30 dias. Em São Paulo, no entanto, a medida já ultrapassou dois meses.
Enquanto São Paulo passa pela flexibilização da quarentena, um grupo de voluntários cristãos está distribuindo diariamente cerca de 500 marmitas para o bairro da Brasilândia, que concentra o maior número de mortes por Covid-19 na capital paulista.
A ação é realizada pela Igreja Adventista do bairro Freguesia do Ó, em parceria com a Ação Solidária Adventista (ASA) e o Sesi-SP.
“As comunidades mais carentes da nossa região estão sofrendo muito neste momento, pois muitas pessoas perderam os empregos ou não conseguem continuar a atividade informal. Estão de mãos atadas”, explica Jair Miranda, diretor da Ação Solidária Adventista (ASA) para a zona leste e norte da capital paulista.
As marmitas, que são montadas pela equipe do Sesi, são retiradas pelos voluntários no bairro do Ipiranga. A equipe trabalha para garantir que a famílias recebam a refeição perto da hora do almoço, após deslocamento de 40 quilômetros entre ida e volta.
A entrega das refeições é feita na comunidade Damasceno, região da Brasilândia, com o apoio de quase vinte voluntários.
“Por volta do meio-dia, chegamos na comunidade e as pessoas já começam a fazer fila para receber as marmitas. Para alguns ali, esse alimento vai ser a única refeição do dia. Então, quando é possível, alguns também levam marmitas para a janta”, relata Everaldo Carlos, pastor na região da Freguesia do Ó.
Além das 500 marmitas preparadas pelo Sesi, um outro grupo de cristãos da Brasilândia monta diariamente entre 100 a 200 refeições para distribuir entre os moradores de rua da comunidade.
A ação dos voluntários também é marcada pelo evangelismo. Além de distribuir as refeições, o grupo leva a Palavra de Deus por meio de músicas e orações. Eles também aproveitam para conscientizar os moradores sobre a prevenção ao coronavírus.
“Nós entregamos as marmitas e também orientamos a comunidade sobre os cuidados com higiene para evitar a contaminação do novo coronavírus. Participar desta ação é cumprir o propósito de todo cristão: auxiliar os que estão em vulnerabilidade”, conta Maria Thereza Rodrigues, líder da Ação Social Solidária do bairro Freguesia do Ó.
Desde o início, mesmo antes da pandemia, o grupo já entregou quase 8 mil marmitas. “É um trabalho conjunto, que começou com a parceria da Associação Paulista Leste com o Sesi-SP. Depois entra o pastor distrital para mobilizar os ministérios locais para a ação. Lá na ponta, têm os voluntários que estendem as mãos para fazer as entregas e ajudar a suprir essas necessidades”, afirma Jair Miranda.
Fonte: Guia-me com informações de Notícias Adventistas