Os líderes da Igreja Católica aproveitaram a “confissão” de um dos químicos que contribuíram para a invenção da pílula anticoncepcional para atacar o método contraceptivo. Carl Djerassi, 85 anos, disse que a pílula foi responsável por “uma catástrofe demográfica”, segundo informa o jornal The Guardian.
Em um artigo publicado esta semana pelo Vaticano, o mais importante representante dos médicos católicos estendeu o ataque ao anticoncepcional, alegando efeitos devastadores à ecologia por meio da liberação de “toneladas de hormônios” no meio-ambiente, que teriam prejudicado a fertilidade masculina.
Os ataques começaram depois que o químico Djerassi fez um comentário no jornal austríaco Der Standard. Ele disse que sua invenção era uma das responsáveis pelo desequilíbrio da população. De acordo com ele, na maior parte da Europa, não há agora “nenhuma conexão entre a sexualidade e a reprodução”.
O líder católico na Áustria, o cardeal Christoph Schönborn, disse em entrevista que o Vaticano tinha previsto há 40 anos que a pílula levaria a uma queda dramática da taxa de natalidade.
María Simón, presidente da Federação Internacional de Médicos Católicos, escreveu no L’Osservatore Romano que pesquisas também mostraram que a pílula, em muitos casos, funciona como um abortivo.
Angelo Bonelli, do Partido Verde italiano, disse que esta foi a primeira vez que ouviu falar de uma ligação entre a pílula e a poluição ambiental. Para o professor Gian Benedetto Melis, ginecologista e membro da Casademia de Ciência de Nova York, a afirmação de Simón é “ficção científica”. Segundo ele, a pílula apenas bloqueia a ovulação.
Fonte: Terra